Pesquisa no espaço: Astronautas irão estudar organismo chamado de 'Blob'

Pesquisa no espaço: Astronautas irão estudar organismo chamado de 'Blob'

Nesta terça-feira (10), a Estação Espacial Internacional (ISS) receberá um novo inquilino; o organismo chamado de “blob”,  fascina biólogos. De acordo com a estação, o organismo estará em órbita para ser usado em um experimento educacional liderado pelo astronauta francês Thomas Pesquet.

Assim, da Terra, centenas de estudantes entre 8 e 17 anos reproduzirão a experiência a partir do próximo outono (hemisfério norte, primavera no Brasil); o espécime do reino protista, não pode ser classificado como animal, planta ou fungo. Os alunos serão orientados pelo Centro Nacional de Estudos Espaciais (CNES) em colaboração com o Centro Nacional de Pesquisas Científicas (CNRS).

O “blob”, chamado “Physarum polycephalum”, é composto por uma única célula e vários núcleos. Parece uma massa esponjosa de cor amarela; contudo,  não possui boca, patas, nem cérebro. E ainda assim come, cresce, e consegue mover-se (muito lentamente) e possui incríveis habilidades de aprendizado.

Seus núcleos podem se dividir à vontade e o organismo pode entrar em dormência (sem morrer) por desidratação. É nesse estado, chamado de “esclerócio”, que vários pedaços do “blob” entrarão no espaço, a bordo de uma nave de carga de abastecimento da Estação Espacial Internacional.

Assim, quando o astronauta os reidratar, em setembro, quatro escleródios de cerca de 0,5 cm acordarão a 400 km da Terra, em placas de Petri, e cumprirão dois protocolos: um testará a atitude dos “blobs” quando forem privados de alimento e o outro fornecerá alimento para os mais afortunados (flocos de aveia).

“Terceira dimensão?” 

De acordo com o pesquisador líder do estudo, o objetivo é observar os efeitos da ausência de gravidade no organismo. “Hoje, ninguém sabe que comportamento terá em [situação de] microgravidade: em que direção se moverá, se tomará a terceira dimensão subindo ou obliquamente”, comentou Pierre Ferrand, professor de Ciências da Vida e da Terra no CNES, um dos arquitetos do projeto.

Entre o final de agosto e o início de setembro, os professores receberão um kit com 3 a 5 escleródios e um tutorial para a realização do experimento.

O “blob” apareceu na Terra há mais de 500 milhões de anos, antes dos animais. Por muito tempo era considerado um fungo, contudo, retirado dessa classificação desde a década de 1990; entrando na subclasse dos amebozoários, à qual pertencem as amebas.

Fonte: AFP

 

 

 

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