As secretarias de saúde Minas Gerais e da Prefeitura de Belo Horizonte confirmaram um surto da micobactéria pós-procedimentos estéticos em uma clínica, no Centro da capital.
De acordo com as autoridades locais, estão em investigação 16 casos, um confirmado para Mycobacterium spp e outro para Mycobacterium abscessus. As infecções ocorreram após pacientes passarem por procedimento cirúrgico de lipoaspiração de papada no consultório da dentista Camila Groppo, interditado pela vigilância sanitária desde 11 de março. A Polícia Civil de Minas Gerais investiga o caso.
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) abriu um procedimento investigatório criminal para apurar denúncias contra a dentista, suspeita de deixar pacientes com infecções graves após cirurgias de lipoaspiração de papada. Segundo o MP, cerca de 20 mulheres já denunciaram a profissional, que tem uma clínica em Belo Horizonte. Todas relataram problemas causados por uma bactéria.
Devido ao caso, o Conselho Regional de Odontologia afirmou que Camilla Groppo estava com o registro desativado por não ter apresentado o diploma no prazo, que terminou em 5 de março deste ano. Sem cadastro, a profissional não poderia exercer a odontologia, nem mesmo fazer cursos. O CRO informou que o registro dela foi reativado nesta terça-feira (26), após a apresentação dos documentos necessários.
Contudo, para a realização de lipos de papada, os cirurgiões-dentistas devem ter pós-graduação, com especialização em harmonização orofacial — o que não foi comprovado pela profissional.
De acordo com a defesa da profissional, a dentista cumpre todos os requisitos para a realização de lipo de papada, mas não confirmou o curso de pós-graduação.
“Ela tem os cursos que ela realizou, que têm a chancela do MEC. Então, isso é válido… Sobre isso [pós-graduação], a gente não pode se manifestar, porque eu não tive acesso a toda documentação da doutora Camilla ainda, mas ela tem a formação necessária, ela tem diversos cursos”, disse a advogada Caroline Barbosa Arantes Bittar.