BodyTalk : o corpo revela e cura seus males

BodyTalk : o corpo revela e  cura seus males

A terapia do BodyTalk, desenvolvida nos anos 90 pelo australiano Jonh Veltheim, parte do princípio da medicina tradicional chinesa de que o ser humano tem a capacidade inata de equilibrar corpo e mente. Assim, pode ser usada para tratar diversos problemas de saúde e ser combinada a tratamentos convencionais. Como não é invasiva – as sessões se atém à escuta do corpo através do contato do terapeuta com o punho do paciente –, a técnica não tem contra-indicação e pode ser aplicada em pessoas de qualquer idade e em qualquer estado de saúde: grávidas, recém-nascidos, crianças, idosos, pacientes acamados, recém-operados, em estado de coma ou acometidas pelo câncer.

O BodyTalk não fala em diagnóstico, não se propõe a substituir as abordagens da medicina tradicional e usa a expressão autocura para os resultados alcançados. Os relatos de pacientes submetidos à técnica e o impacto das histórias narradas boca a boca respaldam o crescimento dessa técnica que, inclusive, tem sido utilizada em unidades de saúde no Brasil.

Em 2010, o Serviço de Saúde do Exército Brasileiro aprovou uma portaria para implantar e incorporar Núcleos de Estudos em Terapias Integradas (NETI) que incluía não apenas o BodyTalk, mas também Reike, Homeopatia, Acupuntura, entre outros. Sete terapeutas se revezam no atendimento a pacientes do Hospital Militar de Área de Brasília (HMAB). “A agenda está sempre cheia”, afirma a terapeuta Heloísa Salgueiro que faz esse trabalho na unidade desde 2012.

Outro exemplo é o projeto ‘Cuidando de quem cuida’ realizado no Hospital Municipal Carmela Dutra, no Rio de Janeiro. Lá, o atendimento com a terapeuta de BodyTalk Célia Barboza é oferecido aos funcionários da instituição desde maio de 2013 e tem a adesão de médicos, fisioterapeutas, nutricionistas e fonoaudiólogos, mas também dos setores administrativos e de serviços gerais.

Entenda a terapia

Como toda abordagem terapêutica, o BodyTalk começa com a anamnese, uma entrevista em que o paciente descreve seu histórico de saúde e explica a razão de estar ali. Embora exista a escuta do paciente, a fala não é imprescindível para o tratamento, já que a técnica parte do conceito de que o corpo tem uma sabedoria inata. Ou seja, o próprio corpo sabe se curar. “O processo precisa de pouca participação do paciente que pode, inclusive, dormir na sessão”, explica a terapeuta Sabrina Tunes.

Na sequência da entrevista, a pessoa pode se deitar ou ficar sentada para dar início ao atendimento. Pelo punho do paciente o terapeuta vai acionar as respostas do corpo. “Seguindo o protocolo chamado biofeedback neuromuscular, faço perguntas mentais preestabelecidas e, para cada uma das questões elaboradas, tiro um ‘sim’ ou um ‘não’”, detalha a terapeuta. Sabrina Tunes explica que, com esse procedimento, o especialista é capaz de vasculhar todos os níveis do complexo corpo-mente. “O grande mérito desse protocolo é a sua amplitude, nada fica de fora. Vários terapeutas atuando no mundo desde a sua sistematização em 1993 e até hoje não se deu falta de nenhum item da vida”, observa.

O BodyTalk parte do pressuposto de que o sintoma existe em razão de uma falha de comunicação nos sistemas que compõem o corpo. “O terapeuta precisa descobrir essa falha para, em seguida, restabelecer a comunicação. Por isso falamos em autocura já que o terapeuta apenas desvenda as conexões que estavam prejudicadas, mas o corpo encontra o equilíbrio naturalmente”, detalha Sabrina.

A sessão é encerrada com a técnica chamada implementação: toques sutis no topo da cabeça e na altura do coração. “Resumidamente, o toque na cabeça é para ativar o cérebro para que ele refaça os links e o toque no coração é para manter essas reconexões ativas”, explica.

Outra curiosidade do BodyTalk é que a necessidade ou não de uma nova sessão e o intervalo entre uma e outra – caso haja necessidade – é determinado pelo próprio corpo. Portanto, não há como saber previamente o tempo de tratamento, nem a frequência com que as sessões acontecerão. O tempo de uma sessão varia de 45min a 1h e o valor médio do atendimento é de R$220.

O único instrutor do BodyTalk no Brasil, o fisioterapeuta, acupunturista e mestre reikiano, Márcio Ribeiro, afirma que a técnica ainda não apresentou resultados significativos para doenças neurológicas, como Alzheimer e Parkinson. Para ele, a grande diferença do BodyTalk para os tratamentos convencionais é o foco na particularidade. “Cada indivíduo é consolidador da sua doença, a doença é do doente, abordá-la na coletividade gera grandes problemas para se alcançar a cura porque cria-se o estereótipo de que todo mundo é igual. Todas as terapias fazem sentindo, mas nem sempre uma dor de cabeça precisa de um analgésico. O que a pessoa carrega como doença pode ter vindo de outro lugar”, defende o terapeuta.
Casos
A funcionária pública aposentada, Cláudia Roquete, 59 anos, foi diagnosticada com fibromialgia, uma doença que se manifesta por dores em todo o corpo e tem causa desconhecida, há 12 anos. Depois de passar por vários profissionais, medicações como antidepressivos e sessões de acupuntura, nada se resolveu. Seguindo a indicação de uma amiga chegou ao BodyTalk. “Em um mês de sessão já não tinha mais dor, era inacreditável”, relata.
A dona de casa Lisieux Vidigal, 61 anos, utilizou o BodyTalk como terapia complementar para o câncer de canal anal diagnosticado em 2006. Ela já conhecia a terapia muito antes da notícia do tumor já que ela, o marido e os filhos faziam com regularidade. O tratamento indicado para ela incluía a cirurgia para retirada do tumor e sessões de quimioterapia e radioterapia após o procedimento.

A dona de casa passou por sete médicos para encontrar um tratamento alternativo que evitasse a necessidade da quimio e radioterapia. “Apesar da indicação de todos os especialistas, eu não queria fazer. Fui alertada para os riscos de ter que usar a bolsa de colostomia por toda a vida, mas eu me recusava. Resolvi procurar o BodyTalk para me preparar para o procedimento cirúrgico. Era uma decisão minha e meu único desejo era não sentir dor, queria me preparar para passar pelo processo da melhor forma possível”, narra.

Ela se lembra do médico dizendo ‘faremos a cirurgia e depois a gente vê’ [se referindo à quimioterapia e radioterapia]. “Só que não precisou. Surpreendido com o resultado após o procedimento cirúrgico, meu médico pediu revisão de lâmina e chegou a cogitar troca de exame no laboratório. Nunca mais tive nada. Estou curada”, revela.

Fonte: Site Saúde Plena
A.V.

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