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Vacina da hepatite B foi primeira a prevenir contra um tipo de câncer

O vírus HBV, causador da hepatite B, é um antígeno silencioso, que pode demorar anos até identificação. Contudo, nesses casos o estrago provocado pode resultar em uma cirrose ou um câncer de fígado.

Disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para crianças, adolescentes e adultos, a vacina contra a hepatite B é a principal maeira de prevenir essa doença, que pode ter transmissão sexual, pelo contato com o sangue e durante a gestação, da mãe para o bebê.

A infectologista da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e consultora da Sociedade Brasileira de Infectologia, Raquel Stucchi destaca que a vacina contra a hepatite B foi a primeira vacina contra algum tipo de câncer disponibilizada, porque o vírus da hepatite B é o principal causador de câncer de fígado.

“A vacinação diminuiu drasticamente os casos de hepatite B e o risco de cirrose e câncer de fígado. Por isso, a vacina é importante. E por que na infância? Primeiro, a adesão na infância é mais fácil. Ela acontece com outras vacinas nos primeiros meses de vida e no berçário, assim que a criança nasce. E a resposta das crianças contra a hepatite B é de 100%. Com a criança se mantendo saudável depois, essa proteção é para a vida toda.”

A hepatite B frequentemente lembrada como infecção sexualmente transmissível (IST). Contudo, a vacinação contra a doença após o parto é considerada fundamental para garantir que não haja transmissão do vírus da mãe para o bebê.

Um quinto das mortes por hepatite

De acordo com o Ministério da Saúde, o vírus HBV chega a causar um terço dos casos de hepatite notificados no Brasil e estava relacionado a um quinto das mortes por hepatite entre 2000 e 2017. Na maioria dos casos, a pessoa infectada não apresenta sintomas e é diagnosticada décadas após a infecção, com sinais relacionados a outras doenças do fígado. Bem como cansaço, tontura, enjoo/vômitos, febre, dor abdominal, pele e olhos amarelados.

A hepatite B ainda é considerada uma doença sem cura, e o tratamento disponibilizado no SUS visa a reduzir o risco de progressão da doença, que pode causar cirrose, câncer hepático e morte. Raquel Stucchi explica que o tratamento, com antivirais, se estende por toda a vida.

 

 

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