Riscos da anemia falciforme voltam a ser discutidos após tragédia

Riscos da anemia falciforme voltam a ser discutidos após tragédia

A morte prematura da prefeita de São Francisco do Conde, Rilza Valentim, na tarde de ontem (24), por complicações decorrentes de anemia falciforme,  colocou na pauta de discussões  uma das doenças de maior incidência na população baiana. A tragédia com a gestora chamou atenção para importância dos cuidados com a doença, que atinge principalmente a população afro-descendente, mas devido à intensa miscigenação pode ocorrer também em pessoas de raça branca ou parda.

Na Bahia, estima-se que a incidência da doença falciforme é de um por 1.650 nascidos vivos e que o traço falciforme está presente em 7% a 10% dos nascidos vivos.

A diretora de hematologia do Hemoba, Anelisa Streva,  explica que a anemia falciforme é uma doença hereditária, caracterizada pela alteração dos glóbulos vermelhos do sangue, tornando-os parecidos com uma foice, daí o nome falciforme.

Ela ainda acrescenta que as células têm suas membranas alteradas e rompem-se mais facilmente, causando anemia. “A hemoglobina, que transporta o oxigênio e dá a cor aos glóbulos vermelhos, é essencial para a saúde de todos os órgãos do corpo”, ressalta a diretora.

O tratamento da doença inclui medicamentos e vacinas especiais. “Uma vez diagnosticado com  a doença, o paciente deve iniciar o tratamento o mais rápido possível, diminuindo complicações e amenizando as crises de dor, principal manifestação da doença”, conclui Streva.

São sintomas da anemia falciforme:

Dor forte provocada pelo bloqueio do fluxo sangüíneo e pela falta de oxigenação nos tecidos, dores articulares, fadiga intensa, palidez e icterícia, atraso no crescimento, feridas nas pernas, tendência a infecções, cálculos biliares, problemas neurológicos, cardiovasculares, pulmonares e renais.

Acompanhamento da doença no Estado: Para dar suporte a estes pacientes, existem programas de acompanhamento em todo o Estado.  O Hemoba, em Salvador, por ser referência, atende cerca de 4500 pacientes entre crianças e adultos, da capital e interior. 

Ainda em Salvador, as crianças contam com a Associação dos Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE),  que  atende 3.500 crianças e realiza, também, o exame do “pezinho”, um dos principais métodos para detectar a anemia falciforme.

Outros municípios que  contam com o acompanhamento regular desses pacientes são: Camaçari (300); Itabuna (400); Ilhéus (100), Barreiras(306).  Todos atendem crianças e adultos.

Carreira pública: Rilza Valentin, 51, nasceu em São Francisco do Conde e iniciou sua vida pública na sua cidade natal em 1997, como secretária de Educação.  Em 2000, foi eleita vereadora do município. A importância de Valentim para sua cidade foi comprovada nas urnas, em 2008, quando foi eleita prefeita com 96% dos votos. E os seus eleitores confirmaram sua trajetória relevante naquele município em 2012, quando a reelegeram para o segundo mandato.

Fonte: Sesab
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