Decisões e indecisões - SUPEREGO, EGO e ID

Decisões e indecisões - SUPEREGO, EGO e ID

Todos sabem que a genialidade de Freud revelou a dimensão humana de inconsciente que serviu de fundamento para a elaboração da Psicanálise. Ele criou as três tópicas, em que considera que a personalidade e conduta humana podem ser apreciadas sob a ótica destas 3 instancias: SUPEREGO, EGO e ID. Toda teoria e prática psicanalítica se assenta nestes 3 grupos de motivações e ações, geralmente em oposição, e na resolução dos conflitos resultantes. Em 1958, Eric Berne, estudioso da Psicanálise, chegou à conclusão que o EGO é formado por três subpersonalidades, e as diagramou de modo tão simples (sem ser simplista), como 3 círculos superpostos, e as denominou de ESTADOS DO EGO (ego PAI, ego ADULTO e ego CRIANÇA).

Em cima desta formulação simplificada, Berne estabeleceu uma consistente linha de psicoterapia humanista, denominada ANÁLISE TRANSACIONAL (AT). E é embasado nela que desenvolveremos o tema deste artigo.

No que se refere aos conflitos emanados das situações de nossas vidas e nas áreas profissional, casal, família e social em que somos levados a tomar uma DECISÃO, este modelo tripartido do EGO nos permite uma luz. Fazendo nossas as palavras do genial criador da AT: “NÃO HÁ PROBLEMAS, HÁ INDECISÕES”, vamos encontrar que estas três divisões do nosso EU, trazem demandas bem distintas:

1) O EGO PAI: diz o que DEVO ou NÃO DEVO FAZER.

2) O EGO ADULTO: estabelece com racionalidade baseado em dados da realidade presente, o que CONVÉM ou NÃO CONVÉM.

3) O EGO CRIANÇA: fala do DESEJO, do que QUERO ou NÃO QUERO.

Ora, diante dos inúmeros momentos de indecisão- gerados por estas 3 vozes na cabeça. 1) Do DEVER; 2) Da RAZÃO e 3) do CORAÇÃO/DESEJO, orientamos e monitoramos a elaboração deste modelo, junto a nossos clientes e constatamos que é um processo que dá bons resultados, na maioria das vezes. É o método dos AUTOQUESTIONAMENTOS SUCESSIVOS.

A primeira pergunta é diretamente feita à sua Criança, com os olhos fechados e mão no coração,

– Eu quero ou não quero isto?

Quer seja SIM ou NÃO, você já fica sabendo o que diz a voz do coração. Ainda não se está autorizado a executá-la porque estas decisões emocionais podem ser de muito risco.

A decisão precisa ser elaborada a partir de uma análise fria e racional, isenta de emoções (que seria da Criança) e de julgamentos ou opiniões do (EGO Pai). Instruímos a que, reserve o tempo que a tomada de uma decisão importante requer e merecer, e ato contínuo, divida uma folha de papel ao meio. Em seguida coloque os títulos Prós x Contras, e comece a escrever as suas razões favoráveis e desfavoráveis, embasadas na lógica.

Ao final, é só fazer uma simples verificação de quem prevaleceu no cotejo. Se os votos preponderantes forem a favor da decisão, siga-a. Se predominarem votos desfavoráveis não tenha dúvida em acatar a negativa.

E se der empate técnico?

Aí, é a hora e a vez de usar a voz do coração, como o “voto de minerva”. Simples assim!

Bem, e a voz do EGO Pai não é ouvida? Claro que sim é a vez do dever, principalmente quando se trata de assuntos antiéticos e contra os princípios morais reinantes. Evidentemente, se a decisão for pautada, apenas, no ego Pai, fique certo de que ela foi tomada com base em seus antepassados.

Neste balanço, é fundamental que aprendamos com os erros cometidos, sem ficarmos encalhados no sentimento da culpa ou até mesmo de auto piedade, e que possamos desfrutar de todo o bem praticado. O ideal, mesmo, será aprender com os erros dos outros. A propriedade denominada RESILIÊNCIA se traduz pela capacidade do indivíduo de fazer frente às incertezas, com o mínimo de disfunção emocional. Ser resiliente é o mesmo que ser competente emocional. Pela nossa experiência, certas decisões adotadas podem ter repercussão em vários outros setores de sua vida. Podem requerer sessões individuais de psicoterapia para análise de todos os fatores envolvidos, inclusive levando em conta aspectos da EMPATIA, RESILÊNCIA e COMPETÊNCIA EMOCIONAL.

O importante é que se saia da incômoda posição da indecisão e se parta convicto de que temos toda a condição de saboreara em plenitude todos os aspectos do verbo VIVER.

De resto no que se refere a problemas envolvendo outrem, ainda caberia uma reflexão derradeira e importante, embasada no filósofo baiano Saja:

1) Que estou fazendo e consentindo que façam com a única vida que eu tenho?

2) Que estou fazendo com a única vida que esta outra pessoa tem?

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