Homem emagrece e tira 22 quilos de pele em cirurgia

Paul Mason pesava 445 quilos e era conhecido como o homem mais gordo do mundo, antes da operação que o ajudou a emagrecer fazendo com que perdesse 295 deles, ficando com 150. Apesar da satisfação, ele se sentia mal por causa de 22 quilos. Mas, perguntaria qualquer pessoa inteirada do assunto:  o que significa 22 para quem já pesou 445?

Para Paul, muita coisa, pois esses 22 quilos não eram de gordura, e sim da pele que despencou sobre o seu corpo, após seu emagrecimento e que também desapareceram, para seu alívio, após uma operação que durou oito horas e meia o mês passado.

Agora, ele já pode se levantar da sua cadeira de rodas e dar uma caminhada, já pode tomar banho em pé, seus joelhos não doem mais, ele pode entrar e sair da cama sem parecer que tem cordas amarradas as pernas, pode ter sensações nos pés e já pode vestir as calças sem ter que lutar com um avental de pele frouxa, conforme a história contada pelo The New York Times e traduzida peloUol.

Mason disse que a princípio se sentiu estranho sem a pele já que  estava acostumado a manobrar o excesso de pele para tirá-la do caminho.

Conforme a matéria, foram necessários muito planejamento e uma boa dose de sorte para que Mason, que tem 54 anos e é de Ipswich, Inglaterra, fizesse a operação realizada no Hospital Lenox Hill em Manhattan. O Hospital dispensou todos os honorários, que provavelmente teriam chegado a US$ 250 mil (cerca de R$ 800 mil), conforme a doutora Jennifer Capla, cirurgiã que chefiou a equipe do Lenox Hill.  Para operá-lo, Capla convocou quatro cirurgiões plásticos, um cirurgião-geral, um anestesiologista e as enfermeiras que participaram.

A história de Mason é triste: quando criança, ele sofreu com bullying, abusos sexuais e falta de amor, e contou que amortecia seus sentimentos com comida, cada vez mais. Afinal, subiu na cama e continuou comendo até ficar pesado demais para sair dela. Finalmente, animado por um terapeuta, ele fez a cirurgia de redução de estômago e intestinos, na Inglaterra, reformulou sua dieta e baixou o peso para 158 quilos.

Essa última operação, no início de maio, significou o pico de dois anos de esforços de Jennifer Capla, uma cirurgiã plástica de Manhattan que soube do problema de Mason quando sua mãe, Judith Capla, também médica, viu uma reportagem sobre ele.

Ela é especializada em remoção de pele depois de emagrecimento radical, mas nunca tinha operado alguém com uma perda de peso tão extrema.O caso era tão complexo, e não apenas por causa da logística ou pelo simples fato de que havia mais a remover de Mason do que o habitual em pacientes em sua situação. Acontece que o excesso de peso  havia deixado Mason com uma série de problemas médicos, incluindo vários coágulos sanguíneos, e Capla chamou outros três cirurgiões plásticos para ajudá-la: Wojciech Dec, de Lenox Hill, e J. Peter Rubin e Joseph Michaels, ex-colegas em Pittsburgh e Maryland.

O maior desafio era representado pelos muitos vasos sanguíneos a ser removidos da pele. Havia centenas, cada um deles com quatro vezes o tamanho normal, disse Capla, e tinham de ser identificados e cauterizados ou seccionados individualmente, um processo que demora horas.

Conforme a matéria, os médicos levaram mais de quatro horas para retirar o primeiro pedaço de pele de Mason, da área ao redor do abdômen, e houve uma sensação de vitória quando finalmente a cortaram e depositaram sobre a mesa. O anestesiologista que monitorava os sinais vitais do paciente disse que quando essa parte foi removida sua pressão venosa central (PVC), que mede a força com que o coração tem de bombear o sangue, caiu imediatamente.

No final, os cirurgiões retiraram cerca de 11 quilos da região central de Mason e de 11 a 13 de suas pernas, grande parte concentrada na perna direita, que estava tão inchada com fluido que ele não podia dar mais que alguns passos. Eles utilizaram cerca de 140 pacotes de sutura, cada um representando oito ou nove suturas. Segundo Capla, isso significa  2,40 metros de incisões.

Depois que saiu do hospital, Mason se recuperou durante algumas semanas em um quarto de hotel em Manhattan pago por outro benfeitor, um empresário de Illinois que não quis ser identificado. Acabou conhecendo, Rebecca Mountain pelo Facebook e foi morar com ela Orange, Massachusetts, mas o casal enfrenta muitos obstáculos pois Rebeca trabalha sozinha e não ganha suficiente para sustentar os dois, o que o Estado exige para que eles possam casar-se e ele continue morando no país.

Mountain diz que sua empresa de móveis para gatos está decolando, mas que o dinheiro é muito apertado e que o visto dele deverá vencer em poucos meses.

Fonte : New York Times (UOL)

A.V.

 

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