Tirar várias selfies, se preocupar com a publicação, compartilhamento ou curtida de uma foto, e conversar apenas por aplicativos de mensagem instantânea são situações que, além de causar dependência tecnológica, pode desencadear uma série de doenças, inclusive cardíacas.
Segundo pesquisa da associação de marketing móvel MMA, realizada pela Millward Brown Brasil e NetQuest, o brasileiro passa, em média, 3 horas e 14 minutos por dia conectado com o celular.
A ansiedade e o estresse gerados pelo uso abusivo e dependência da tecnologia podem estar relacionados ao uso crescente de ansiolíticos, que por serem drogas psicotrópicas, ou seja, interferem no sistema nervoso central e podem gerar dependência química. De acordo com dados da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), os ansiolíticos são as drogas controladas mais vendidas no Brasil. “A vida cotidiana em um mundo hiperconectado leva à ansiedade, que leva ao estresse, sendo este um fator de risco para doenças cardiovasculares”, alerta o cirurgião cardíaco, Ricardo Amoretti.
Fazer distinção entre a utilização e o abuso da tecnologia é o primeiro passo para diagnosticar se o nível de dependência e de estresse relacionados a esta prática podem desencadear danos à saúde, como a insuficiência cardíaca. “O estresse piora o quadro das pessoas que já apresentam algum grau de diminuição da função cardíaca, além de estar associado à maior ocorrência de isquemia silenciosa”, explica Ricardo Amoretti.
Prevenção e cuidados
Se a dependência dos aparatos tecnológicos não é evidente, é importante estar atento aos sinais do uso abusivo, tais como: a vida virtual passa a ser mais importante que a real; a pessoa fica nervosa ou ansiosa quando não está conectada; queda de produtividade no trabalho; redução do rendimento escolar; entre outros sintomas.
“A era da informação se caracteriza pela acentuada e contínua evolução tecnológica, gerando uma situação chamada em inglês de information overload, ou sobrecarga de informação. E acabamos ficando muito sobrecarregados mesmo, levando ao estresse”, discorre o cirurgião cardíaco, Ricardo Amoretti.
Para reduzir os danos causados com o volume crescente de informações disponíveis, o especialista recomenda medidas simples como: não mexer em qualquer plataforma tecnológica uma hora antes de dormir; deixar o celular longe da cama, largar o despertador do smartphone e praticar atividades que ajudem a reduzir o nível de ansiedade, como meditação, exercícios físicos, cozinhar, passear com o cachorro e ler um livro.
Fonte: Ricardo Amoretti (Cirurgião Cardíaco)
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Redação Saúde no Ar