Luta incansável contra uso de urânio

Luta incansável contra uso de urânio

A luta por um desenvolvimento sustentável e o combate a projetos do capitalismo que, ao invés do progresso, tem trazido mortes, doenças e desequilíbrio ambiental deve ser assunto de interesse de todos que se importam com a vida na Terra. Uma questão da atualidade que precisa ser considerada é a   Mineração.

Dentro dessa temática o Brasil, mas especificamente o estado do Ceará, vive uma situação emblemática a  mineração de Urânio e Fosfato em Itataia, Município de Santa Quitéria.

O programa nuclear brasileiro, pretende construir Angra 3 e outras novas usinas atômicas. E, para atender tal demanda somente a mineração em Caetité – BA não será suficiente e neste contexto, Itataia, onde  o Governo Federal pretende minerar o urânio para alimentar os reatores destas usinas e o fosfato para a produção de fertilizantes, para utilização pelas grandes empresas do agronegócio, torna-se um campo promissor.

A mina de Itataia está situada no pé da Serra do Machado, onde estar o Município de Itatira, um complexo de montanhas que abriga uma rica biodiversidade, inclusive nascentes de vários rios, como o Curú, que banha uma bacia hidrográfica do Ceará.

A biodiversidade da Serra Machado, no entanto, está ameaçada pela degradação ambiental que há anos vem se alastrando. O que os órgãos ambientais responsáveis tem feito para impedir tal degradação? Quais as ações realizadas por tais órgãos para o reflorestamento da Serra e revitalização dos recursos naturais lá existentes? Os impactos da mineração para a Serra do Machado são suficientes para não aceitarmos a ativação da mina.

Olhando para Caetité, podemos elencar os impactos socioambientais da obra: contaminação direta do solo, das águas; riscos à saúde humana, pois a radiação causa câncer; contaminação das águas das cisternas, pois o vento leva a poeira uranífera para o telhado das casas, fazendo com que a água já seja captada contaminada; desestruturação dos costumes culturais e familiares com o remanejamento de comunidades; rachaduras nas casas quando as rochas são dinamitadas; dificuldade na comercialização dos produtos da agricultura familiar das comunidades do entorno da mina, entre tantos outros malefícios.

Como afirmei no início deste artigo, é preciso repensar o modelo energético brasileiro e investir em alternativas de produção de energias limpas. O sol e os ventos são abundantes em nossa região. Se a mineração é progresso, progresso pra quem? Quem irá lucrar com a obra? Não é qualquer tipo de progresso, de emprego, que querem nossos povos. Queremos um progresso que venha através do investimento em agricultura familiar, em educação contextualizada, em saúde do trabalhador, em soberania alimentar, em democratização do acesso à água, a Terra e aos direitos básicos.

Apesar dos acidentes nucleares em Chernobyl, na Ucrânia (abril de 1986), Three Mile Island, nos Estados Unidos (março de 1979) e Fukushima, no Japão (março de 2011), nosso governo ainda insiste em investir em energia nuclear. Torço para que um acidente nuclear nunca nos atinja e que não se repita em mais nenhum lugar do mundo, pois, além de todos os desastres que poderia provocar, se eu não morresse pela ação da radioatividade, ficaria muito mal em ouvir que “acidentes existem em todos os setores da vida”.

A professora da Universidade do Ceará, Raquel Bramas, participou do Fórum Social Mundial, realizado em Salvador, entre 13 e 17 de março, como convidada na tenta do “Bem Viver “, em Salvador, veio reforçar a luta contra o uso urânio associada ao fosfato, o urânio seria para alimentar a produção de energia nuclear  e o fosfato para produzir fertilizante químico para o  agronegócio. Ela cita Caetité como um grande exemplo negativo, não dá para facilitar e abrir do meio ambiente e deixar que se instalem e destrua a natureza e principalmente o risco vital a saúde humana.

Excola de nutrição ufbaDesde o ano de 2017 a Escola de Nutrição/UFBA, desenvolve o projeto de Extensão,“Nutrição, meio ambiente e saúde no ar: comunicação em saúde e cidadania”, sob a coordenação da Profa Ma.Neuza Maria Miranda dos Santos e colaboração do Grupo Germen, e da  aluna bolsista do projeto Permanecer, Thuane Policarpo. Para participar do Projeto que tem como objetivo apresentar e discutir temas de saúde, em seu conceito ampliado, além de difundir informações científicas sobre nutrição, alimentação saudável e qualidade de vida, basta enviar perguntas ou sugestões de temas sobre nutrição e saúde para o email: produção@portalsaudenoar.com.br ou uma mensagem de texto ou áudio para o WhatsApp: 71-99681-3998.

Ouça a entrevista da professora da Universidade Federal do Ceará, Raquel Bramas, participou do programa Saúde no Ar, do dia 28 de março.

 

Redação Saúde no Ar

Fonte 1: Thiago Valentim, agente da CPT Ceará.

Fonte 2: Raquel Bramas -professora da Universidade Federal do Ceará

Foto:internet

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