De acordo com informações divulgadas pelo Estadão, o governo federal planeja reservar R$ 5,8 bilhões a mais do orçamento de 2021 para despesas com militares do que com a educação no País. A divisão dos recursos entre as pastas está com o ministro Paulo Guedes e deve ser enviada ao Congresso até o fim de agosto.
Caso seja confirmada, será a 1º vez em 10 anos que o Ministério da Defesa receberá mais dinheiro que o Ministério da Educação. A previsão é que a Defesa tenha um acréscimo de 48,8% em relação ao orçamento de 2020, indo de R$ 73 bilhões para R$ 108,56 bilhões em 2021. Em contrapartida, a Educação deve ter uma queda, passando de R$ 103,1 bilhões para R$ 102,9 bilhões no ano que vem.
Os cortes nos recursos da Educação em 2021 já foram assunto anteriormente. Anteriormente, Abraham Weintraub enviou ofício a Guedes dizendo que o Enem pode não ser realizado no próximo ano por falta de verbas. Segundo os ministérios da Economia e da Defesa, a proposta de divisão do Orçamento de 2021 ainda vai passar por discussões internas e poderá ser alterada.
Em resposta
Em live na 5ª feira passada (13/08), no Facebook, o presidente Jair Bolsonaro afirmou sofrer pressão para aumentar os recursos destinados às Forças Armadas. “Alguns chegam: ‘Pô, você é militar e esse ministério aí vai ser tratado dessa maneira?’ Aí tem de explicar. Para aumentar para o Fernando [Azevedo e Silva, ministro da Defesa] tem de tirar de outro lugar. A ideia de furar o teto [de gastos] existe, o pessoal debate, qual o problema?”, disse, fazendo referência à regra que limita aumentar despesas acima da inflação. Ele também disse, na live, que a Defesa pode ter “o menor orçamento da história”, diferente do que diz a proposta ao qual o Estadão teve acesso.