Alfabetização emocional

Por: ANTONIO PEDREIRA Médico, Psicoterapeuta e Analista Transacional

Chega a parecer que é um fenômeno genético, mediado pelo DNA, tal a semelhança das emoções que os filhos apresentam, comparadas às dos seus genitores. Todavia, sem minimizarmos o peso da bagagem genética, queremos denunciar um verdadeiro treinamento intensivo e extensivo dos filhos pelos pais ou substitutos, na infância.

Partindo do mais simples para o mais complexo, iniciamos pela ALFABETIZAÇÃO EMOCIONAL, um investimento de vital importância, que serviria como:

  • Antídoto contra os males comunais: drogas, violência, conflitos relacionais etc.
  • Adaptação às dramáticas mudanças dos costumes, dos comportamentos e dos paradigmas.

O sucesso profissional, doravante, está disponível àqueles capazes de aliar INTELIGÊNCIA E EMOÇÃO. Isto é, os VENCEDORES terão 80% de coeficiente emocional (QE), e apenas 20% de coeficiente intelectual (QI).

Diante das 5 emoções autênticas, espera-se que os pais ou seus substitutos eventuais, inclusive MESTRES, adotem as seguintes condutas, consideradas adequadas à expressão da carga emocional do ego Criança, que é a sede das emoções:

Emoção do Filho (ou Aluno)             Conduta adequada dos Pais e Mestres

MEDO                                                           PROTEÇÃO

RAIVA                                             PERMITIR EXPRESSÁ-LA

TRISTEZA                                        PROTEÇÃO E PERMISSÃO

AFETO                                              COMPARTILHAR

ALEGRIA                                        COMPARTILHAR E APROVAR

Contudo, não é bem isso que se vê na prática. Cedo os pais, ou figuras representativas na infância, na intenção de “dar o melhor aos filhos” tratam de educá-los. Ou seja, reprimem ou proíbem a livre expressão das emoções autênticas, impondo-lhes emoções substitutas. Assim, surgem as EMOÇÕES DE DISFARCE – importante conceito da Análise Transacional (AT). Estas emoções são consideradas inautênticas ou falsas emoções, aprendidas mediante treinamento, visando obtenção de afagos, reconhecimento e reforços afetivos (= carícias) e evitar responsabilidades.

O ALFABETO EMOCIONAL consiste em 5 emoções básicas: medo, raiva, tristeza, alegria e afeto. O processo da alfabetização emocional se traduz pela: capacidade para identificar, expressar e compreender adequadamente nossas  5 emoções e dos outros.

É uma habilidade que CONVÉM, DEVE e PODE ser aprendida, desenvolvida e aperfeiçoada, desde a mais tenra idade.

Encontramos como possíveis vantagens para o ALFABETIZADO EMOCIONAL:

  • Senso de EMPATIA, permissão para desfrutar alegria e afeto. Proteção de si e dos outros.
  • Compreensão e reconhecimento do “porquê”, do “como”, do “para que” de cada emoção, para decidir se convém expressá-las, verbal e/ou corporalmente.
  • Sentir as 5 emoções autênticas, expressando-as com espontaneidade.
  • Reconhecer as emoções aprendidas: falso-medo, falsa-raiva, falsa-tristeza, falsa-alegria e falso-afeto, ciente de que podem ser desaprendidas.

É tarefa de cada um e de todos ensinar aos nossos filhos a experienciar suas emoções de modo positivo, empático e não ameaçador para serem competentes emocionais e, portanto, vencedores.

 

Abaixo O ANALFABETISMO EMOCIONAL!

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