Por Ariane Gagliardi
A área da saúde é um dos setores em que mais há necessidade de aprimorar o relacionamento entre as pessoas, uma vez que ao realizar um atendimento, um exame ou uma triagem clínica, estabelece-se um contato direto entre o profissional da saúde e o paciente. De acordo com o Conselho Federal de Medicina, atualmente existem cerca de 564.385 médicos no Brasil, sendo um profissional responsável para cada 2,65 mil habitantes.
Levando em conta este cenário e o fato de que são os pacientes e suas condições de cuidado que ditam as principais exigências em um ambiente de saúde, é imprescindível que os profissionais da área pratiquem cada vez mais o cuidado centrado no paciente, a fim de reduzir a ansiedade ou o medo muitas vezes sentido ao receber cuidados. Desta forma, os médicos assumem a responsabilidade de confortar e tranquilizar seus pacientes a cada passo, garantindo que eles, seus familiares e cuidadores, estejam no centro de tudo o que é realizado.
Neste modelo de cuidado, as necessidades de um indivíduo e os resultados de saúde desejados são a força motriz por trás de todas as decisões. Além disso, à medida que os pacientes se tornam mais envolvidos com a prestação de seus cuidados e as evidências de sua efetividade clínica aumentam, a tecnologia e a entrega de informações também tendem a amadurecer. Afinal, em um ambiente de cuidados clínicos, os pacientes esperam uma experiência de alta qualidade, onde a cultura de atendimento centrado no paciente reflita confiabilidade, segurança e conforto.
Desta maneira, a Medicina Baseada em Evidências (MBE) pode ser a chave para a realização deste cuidado, assegurando aos médicos um acervo de conhecimento técnico e científico, garantindo a fidelização do paciente por meio de resultados mais assertivos e confiáveis, e promovendo a consolidação das instituições de saúde que utilizam ferramentas de suporte à decisão clínica aliadas à MBE.
O valor da Medicina Baseada em Evidências
Neste cenário, em que o paciente está no centro de todo o cuidado, a prática da MBE torna-se ainda mais essencial, uma vez que oferece informações qualitativas e necessárias aos mais diversos tratamentos, bem como maior suporte ao profissional da saúde. Por meio de soluções tecnológicas de suporte à decisão clínica, é possível integrar a experiência clínica com as melhores e mais recentes evidências de pesquisa, juntamente com valores conhecidos do paciente, promovendo o melhor atendimento possível.
Um dos elementos mais importantes da prática da MBE é levar em consideração as necessidades e desejos de cada paciente. É preciso compreender o que é mais relevante aos enfermos, ou seja, quais são suas preferências quando no que diz respeito às opções de tratamento e como eles definem sua qualidade de vida. Essas questões, por exemplo, unem-se para compor a definição de cuidados de saúde baseados em evidências, proporcionando assim um tratamento mais efetivo.
A importância de um modelo de cuidado centrado no paciente
Um modelo de cuidado centrado no paciente incentiva a colaboração ativa e a tomada de decisão compartilhada entre os mesmos, seus familiares, cuidadores e provedores. No entanto, existem alguns fatores a serem considerados. O primeiro deles é o fato de que o cuidado é colaborativo e coordenado, indo além do bem-estar físico, incluindo também os aspectos emocionais, sociais e financeiros da situação do paciente.
Outro fator que deve ser levado em consideração é o entendimento completo, por parte dos pacientes, dos procedimentos e tratamentos aos quais serão submetidos, enquanto os médicos devem procurar torná-los informados e confortáveis, especialmente ao tratá-los de uma doença ou lesão complexa ou dolorosa.
Globalmente, o setor da saúde possui um mesmo objetivo em relação aos pacientes, que é prover cuidados da mais alta qualidade, com o melhor custo-benefício e baseados em evidências. Por isso, é fundamental nunca perder de vista o fato de que todos os pacientes merecem ser respeitados e devem estar no centro das atenções em todos os atendimentos de saúde.
Conclui-se, então, que a combinação entre profissionais competentes e compreensivos e o fomento da MBE, com o apoio de soluções de suporte à decisão clínica, permitem que a prática do cuidado centrado no paciente seja cada vez mais consolidada dentro das instituições de saúde.
*Ariane Gagliardi é Biomédica por formação e Gerente Comercial na Wolters Kluwer