SAÚDE NO AR

Saiba o que fazer para evitar o suicídio

A campanha Setembro Amarelo foi criada em 2015 pelo CVV (Centro de Valorização da Vida), CFM (Conselho Federal de Medicina) e ABP (Associação Brasileira de Psiquiatria) para conscientizar sobre a prevenção do suicídio. Isso porque, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no Brasil ocorrem cerca de 32 suicídios por dia e essa taxa vem aumentando com o passar dos anos.

Hoje, o suicídio é a segunda maior causa de morte entre jovens de 15 e 29 anos, prioritariamente do sexo masculino. A decisão de tirar a própria vida é impulsionada, em mais de 90% dos casos, por distúrbios mentais e transtornos de humor, entre os quais depressão se destaca afetando 5,8% da população.

Contudo, a OMS afirma que nove em cada dez mortes desse tipo podem ser evitadas, por isso a prevenção é fundamental e pode ser realizada por meio de ajuda e atenção adequadas. Porém, por estar associado a transtornos mentais, que carregam forte estigma na sociedade brasileira, o tema ainda é tratado como tabu.

Para mudar essa realidade é preciso, em primeiro lugar, perder o medo de falar sobre o assunto, mas também existem outras ações que podem ser realizadas para diminuir o número de pessoas que tiram a própria vida:

Cuidado Emocional

Unindo psicologia, design e data science para promover o acolhimento integral do indivíduo, a Moodar, startup acelerada pelo programa InovAtiva Brasil, ajuda na prevenção ao suicídio por meio do investimento contínuo na saúde psicoemocional. “Individualmente, isso perpassa o autocuidado, a observação de rotinas saudáveis e o tratamento adequado de possíveis transtornos com a ajuda de um profissional. Prevenir é também falar abertamente sobre o assunto, trazer informação e facilitar o acesso a profissionais especializados”, afirma Felipe Farias, CEO e fundador da Moodar.

Apoio domiciliar

Grande parte das pessoas com pensamentos suicidas tem dificuldade em falar sobre o assunto, pois geralmente estão em intenso sofrimento emocional, e o tema ainda enfrenta uma grande estigma social. “Muitas vezes os pedidos de ajuda podem estar sinalizados de forma mais sutil na comunicação, como por exemplo, ‘tenho vontade de sumir’ ou ‘não quero acordar mais’. É muito importante que a família não ignore esses sinais e acolha através de conversas para buscar um melhor entendimento do que está acontecendo – dessa forma a pessoa poderá ter a chance de ter apoio para buscar um tratamento”, aconselha Milene Rosenthal, psicóloga e co-fundadora da startup Telavita.

Apoio organizacional

Uma das principais causas do afastamento do trabalho é o transtorno emocional sem tratamento. Sabendo disso, o Cíngulo, aplicativo que oferece cuidado e solução para dificuldades emocionais que agora está passando pelo processo de internacionalização com o StartOut Brasil, resolveu ter as empresas empregadoras como aliadas no combate aos estigmas que levam a altas taxas de presenteísmo (estar apenas de corpo presente no trabalho, mas não de forma realmente produtiva) ou a importantes problemas de clima dentro do ambiente de trabalho.

De acordo com Gustavo Ottoni, COO do Cíngulo, os problemas emocionais não podem mais ser encarados como ‘fraqueza de caráter’ ou com estigma e preconceito. Eles são reais, sérios e têm um alto custo pessoal e social. “Quando a empresa oferece o apoio e as condições para as pessoas se sentirem mais felizes, elas assumem as rédeas do seu próprio bem-estar emocional, o que, como consequência, gera maior capacidade produtiva para a empresa”, comenta Ottoni.

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