Por conta do branqueamento dos corais de Porto de Galinhas, pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPR) criaram um projeto de recuperação dos recifes e de promoção de educação ambiental.
A Biofábrica de Corais é parte dos estudos do pesquisador Rudã Fernandes desde 2017, quando começou o doutorado. Em 2021, virou uma startup incubada no Polo Tecnológico e Criativo da Universidade, na área de Biotecnologia.
Fernandes explica que o “turista tem a chance de ser pesquisador por um dia, ao visitar o projeto”. Primeiro, ele recebe uma aula teórica sobre segurança, faz o traslado de jangada, realiza mergulhos e vê o trabalho dos pesquisadores nas diversas etapas. Ao término, planta um novo coral. “Nesse momento, ele tem uma dimensão maior do que a gente faz e da importância de cuidar dos corais”, revela. Mais de 6 mil fragmentos já foram plantados até agora.
De acordo com o pesquisador, esse modelo de turismo, chamado regenerativo, questiona o papel das excursões tradicionais, desregradas. Bem como, se volta para a proteção do ambiente e inclusão das comunidades originais. Em 2023, a iniciativa venceu o Prêmio Nacional de Turismo, promovido pelo Ministério do Turismo brasileiro, na área de ‘Turismo sustentável e ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas’. Para Fernandes, a seleção é um indicativo do tipo de debate que se espera no futuro, como a questão de regeneração, das mudanças climáticas e da atenção a grupos minoritários. Para ele, a tendência é precisar cada vez mais desse tipo de trabalho, porque o cenário do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) aponta que até 90% dos corais colapsem até 2050.
A Biofábrica de Corais mantém uma campanha permanente no site para que qualquer pessoa possa adotar um coral. O animal crescerá no berçário e depois irá para outros ambientes. Durante este ciclo o adotante acompanha a evolução do coral por fotos.
Fonte: CAPES