28 de abril é marcado como o Dia Mundial em Memória às Vítimas de Acidentes e Doenças do trabalho. A data, criada por confederações internacionais de trabalhadores,foi escolhida em razão do acidente com morte de 78 trabalhadores em uma mina no estado da Virgínia, Estados Unidos da América.
Segundo a Organização Internacional do Trabalho (OIT,2014) as mortes e acidentes do trabalho atingem anualmente, em todo o mundo, cerca de 2,3 milhões de trabalhadores: os acidentes de trabalho sem mortes chegam a 317 milhões e as doenças relacionadas ao trabalho acometem cerca de 160 milhões de pessoas. O Brasil contribui significativamente para estatística mundial com mais de 700 mil acidentes e adoecimentos em consequência do trabalho por ano registrados na Previdência Social, ocupando o quarto lugar no ranking mundial (OIT/2014).
Na Bahia, de 2012 a 2014, foram registrados 40.659 acidentes de trabalho entre segurados da Previdência Social, sendo 2.765 com sequelas irreversível, 35.283 com incapacidade temporária (Dataprev, INSS, 2014) e 327 óbitos por acidente de trabalho no Estado. Como causas estão a não adoção de medidas eficazes de proteção à saúde e segurança dos trabalhadores nos ambientes e procesos de trabalho.
A situação é mais complexa quando sabemos que há também o problema de subnoficação. A realidade dos acidentes de trabalho é bem maior do que mostram as estatísticas da Previdência, que se referem somente aos trabalhadores contratados em regime CLT. Inúmeros casos ocorrem com servidores públicos e todos os demais trabalhadores inseridos em atividades por conta própria ou na informalidade. De 2007 a 2014 o Sistema de Informações sobre Mortalidade do SUS, registrou um total de 1.634 mortes por acidentes de trabalho, sendo 633 nos anos de 2012 e 2014, o dobro do registrado na Previdência Social.
No Brasil, em 2013, cerca de 559 mil acidentes de trabalho foram notificados através de Comunicação de Acidentes de Trabalho (CAT).
452 mil caracterizad0s como acidentes típicos
112 mil como acidentes de trajeto
15 mil registros de doenças ocupacionais
2.800 mortes.
(NTEP –Nexo Técnico Epidemiológico Previdenciário)
Na Bahia centenas de trabalhadores morrem todos os anos e muitos milhares são mutilados e sequelados em razão da negligência das empresas no tocante à proteção da saúde e segurança dos trabalhadores.
O assunto foi tema do Programa Saúde no ar, desta sexta-feira 28 de abril, que contou com as participações da Dra. Letícia Nobre, Médica Sanitarista, Diretora da DIVAST/SESAB e do Dr. Bruno Gil, Conselheiro do Cremeb-Ba.
Para lembrar a data várias atividades foram realizadas culminando na próxima terça-feira, dia 02 de maio, com a Mesa Temática: Terceirização: a precarização como regra? Impactos à saúde dos trabalhadores e para o serviço público, que acontece no Auditório Professor Guilherme Rodrigues da Silvam ISC/UFBA- Canela. Expositor: Professora Graça Druck, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas UFBA.
Fonte:Sesab/SUVISA/SIM