De acordo com levantamento do Observatório de Saúde na Infância (Observa Infância Fiocruz/Unifase), em 2022 houve aumento da cobertura de quatro vacinas do Programa Nacional de Imunizações: BCG, Pólio, DTP e tetraviral, em comparação ao ano anterior.
O estudo publicado no periódico científico National Library of Medicine, com dados até 2021, e teve atualização divulgada nesta segunda-feira (4) pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).
A queda de cobertura vacinal desde 2015, tem preocupado de autoridades sanitárias e pesquisadores, que apontam risco de retorno e descontrole de doenças eliminadas, como a poliomielite.
Pesquisadores calculam que a vacina BCG teve aumento de cobertura de 19,7 pontos percentuais no ano passado, chegando a 99,5%.(acima da meta). Aplicada ao nascer, a vacina protege contra formas graves de tuberculose e tem como meta chegar a 90% dos bebês.
A tríplice bacteriana (DTP), que protege contra difteria, tétano e coqueluche indicada para o primeiro ano de vida, também teve aumento, de 9,1 pontos percentuais. Ainda assim, a meta de 95% não foi alcançada, e o percentual ficou em 85,5%.
No caso da tetraviral, que previne sarampo, caxumba, rubéola e varicela, teve aumento menor, de 3,5 pontos percentuais, chegando a uma cobertura de 59,6%, muito inferior aos 95% desejados.
Dados oficiais
Por causa de diferenças na metodologia, as coberturas calculadas pelo Observa Infância, estão diferentes as mesmas que as contabilizadas no SI-PNI e disponíveis na plataforma TabNET.
De acordo com o Ministério da Saúde, a cobertura da BCG no ano passado chegou a 90,06%, dentro da meta do programa, mas abaixo dos 99,5% apontados no estudo.
Para a poliomielite, enquanto a pesquisa indica cobertura de 85,3%, o SI-PNI informa 77,2%. O mesmo ocorre com a DTP, que tem 77,2% no PNI e 85,5% no Observa Infância.
A queda da cobertura vacinal é uma questão de saúde pública que tem afetado populações de diversos lugares do mundo, sendo um fenômeno multifatorial. No Brasil, teve início em 2012, acentuando-se a partir de 2016, e sendo agravada pela pandemia de Covid-19. Essa é uma realidade preocupante à medida que se observa o reaparecimento de algumas doenças preveníveis em território nacional, e que já haviam sido extintas, já que nenhuma das vacinas, nos últimos anos, alcançou cobertura vacinal adequada.