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Governo testa novos tipos de parcerias

 

Um novo tipo de parceria vem conferindo qualidade ao sistema público de saúde. No extremo sul de São Paulo, o Hospital Municipal Dr. Moysés Deutsch – M’Boi Mirim é gerenciado pela Organização Social de Saúde Centro de Estudos e Pesquisas João Amorim (Cejam) em parceria com o Hospital Israelita Albert Einstein, centro de referência em saúde na América Latina. O estabelecimento atende 600 mil habitantes que têm renda média de R$ 560. Na região é o único centro de atendimento de urgência e emergência.

Há dois anos, foi o primeiro hospital público a conseguir o selo de qualidade de excelência da Organização Nacional de Acreditação. Hoje, 13 instituições do gênero têm o selo. Desde a inauguração do prédio em 2008, uma equipe de 11 profissionais do Einstein foi destacada para gerir o serviço com plano de metas e de compartilhamento de riscos. “Isso quer dizer que se não cumprimos as metas estabelecidas no contrato, o Einstein paga multa. Em contrapartida, objetivos cumpridos significam maior poder de negociação de dinheiro para o hospital”, diz José Carlos Teixeira, de 40 anos, diretor técnico do M’Boi Mirim.

Os profissionais são contratados pela OSS e, ao contrário de um funcionário público padrão, não têm estabilidade de emprego. “Essa foi a forma que encontramos para poder exigir maior produtividade”, afirma Teixeira. Dos 1,4 mil empregados, 38% são rotativos. Por ali passam, por exemplo, enfermeiros recém-formados na Faculdade de Enfermagem do Albert Einstein.

O hospital parece um estabelecimento privado. A entrada do público é restrita por catracas e seguranças. Além de aparelhos como tomógrafo, raio X e ultrassom, há uma câmera de telemedicina. “Se recebermos um paciente muito grave, que precisa de acompanhamento de um neurologista, um médico que está no Einstein pode diagnosticá-lo, mesmo à distância”, diz Teixeira.

A parceria público-privado sempre fez parte da história do sistema de saúde brasileira. Esse é o caso, por exemplo, das Santas Casas e alguns hospitais particulares, financiados pelo Estado com o pagamento de serviços prestados pelo SUS. O Brasil conta com 2.100 hospitais filantrópicos, mas em geral eles passam por problemas financeiros. Isso se deve ao fato de a tabela do SUS estar defasada– cobre apenas 65% dos gastos com os atendimentos.Vila Santa Catarina.

No mês passado, o Einstein fechou parceria inédita com a prefeitura de São Paulo: vai patrocinar a reforma do Hospital Vila Santa Catarina, na zona sul da cidade. Não se trata de um hospital público, mas privado, que fechou por falta de recursos há quatro anos “O prédio, que tem 25 mil m², está em péssimo estado. As redes hidráulica e elétrica precisam ser refeitas”, diz Alberto Kamura, diretor do Instituto Israelita de Responsabilidade Social Albert Einstein. “O pronto-socorro será administrado pela prefeitura. O Einstein fica com o resto do prédio, que será transformado em hospital-escola. “O Einstein vai abrir uma faculdade de medicina no ano que vem”, diz Kamura./ V.F ( Agência Estado)

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