Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras

Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras

Fotos: Reprodução

queimadura primeiro grau Nesta  segunda-feira (06) é comemorado o Dia Nacional de Luta Contra Queimaduras. A data foi instituída para alertar a população que as queimaduras são um problema de saúde pública e que podem ser evitadas.

De acordo com cirurgião plástico e coordenador do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Geral do Estado  da Bahia(CTQ), Carlos Briglia, a data é importante para chamar atenção da população para a prevenção e cuidados com o manuseio do fogo. "Chamar atenção para um grande problema social que é a queimadura, que acontece em grande quantidade, sem precisar sair de casa, já que 90% acontece no domicílio. Lembrar também, pacientes que sofreram traumas por conta da queimadura e tenha ficado com alguma sequela ou com a limitação de movimentação", explicou o cirurgião plástico.

Nos meses de maio e junho o número de ocorrências aumenta 20% em função do manuseio dos fogos de artifícios e das fogueiras. Os principais agentes causadores das lesões são os fogos de artifícios, as chamas da fogueiras, as velas e combustível (álcool).

queimaduraPara o coordenador do Centro, uma das maiores preocupações dos profissionais que trabalham com pacientes vítimas de queimaduras é a prevenção dos acidentes, que podem acarretar em queimaduras de grande proporção levando a longo período de internação ou até mesmo ao óbito.

“A prevenção é a única maneira de se evitar as queimaduras, que muitas vezes deixam cicatrizes e limitações motoras. Os acidentes ocorrem principalmente com as crianças que sofrem choques elétricos, ou brincam com fogo, com álcool ou produtos químicos que ficam ao seu alcance nas residências”, alertou.

 

Cuidados

A queimadura deve ser sempre considerada uma ocorrência grave que não está diretamente ligada à extensão, mas à profundidade e ao local atingido. Elas são classificadas como de primeiro, segundo ou terceiro graus. A de primeiro grau é a mais simples porque abrange uma camada superficial da pele, provocando aspecto avermelhado. A pele fica dolorida, mas não há a formação de bolhas.

As bolhas aparecem na queimadura de segundo grau, que são as mais dolorosas. Já as de terceiro grau têm menos dor devido à destruição das terminações nervosas, mas são as mais profundas e graves. As queimaduras de face, genitália, mão, olhos, ouvido e aparelho respiratório são tratadas em hospital ou centro especializado.

De acordo com Carlos Briglia, dentro de casa, o ambiente de maior risco continua sendo a cozinha, onde há muitas ocorrências por líquidos aquecidos. “Em um descuido, a criança pode derrubar sobre si a panela com água fervente ou café, ou mesmo qualquer outro alimento quente. Também lá, tem-se acesso ao fósforo, que pode ser o início de uma brincadeira perigosa, ou também aos armários que acondicionam o álcool líquido, que ainda existe no mercado, assim como outros produtos químicos. É preciso ficar alerta!”, lembrou.

Segundo o cirurgião, é importante observar também os outros cômodos da casa onde a criança possa ter acesso a pontos de tomada ou a fios de equipamentos como ventilador, causas frequentes de acidentes graves. Colocar a criança para dormir com vela acessa no quarto também é uma causa frequente de acidentes, até mesmo com adultos.

“No momento que ocorre a queimadura, é necessário interromper o processo com água fria e buscar orientação profissional. Uma queimadura de terceiro grau, por exemplo, pode lesionar os tecidos nervosos, resultando na perda dos movimentos de um membro atingido”, frisou.

O Carlos acrescentou que após a limpeza e resfriamento da região atingida, deve-se cobrir com um pano limpo e seguir direto para o Centro de Tratamento Especializado, sem colocar sobre a queimadura nenhum produto caseiro ou outros, pois isso pode dificultar a avaliação e tratamento correto das lesões, além aumentar o risco de infecção.

Ouça a entrevista com o cirurgião plástico e coordenador do Centro de Tratamento de Queimados do Hospital Geral do Estado da Bahia (CTQ), Carlos Briglia, ao  portal Saúde no Ar*.

 

Redação Saúde no Ar*

João Neto

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