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Crise do Martagão Gesteira em pauta

Foto: Divulgação 

FotoO Hospital da Criança Martagão Gesteira, as Obras Sociais Irmã Dulce (OSID), as Santas Casas de Misericórdia de Nazaré e de Valença, entre outras instituições filantrópicas baianas, participaram, nesta segunda (20), de debate sobre o desfinanciamento do Sistema Único de Saúde (SUS). Intitulado “Diálogo do MP Brasileiro sobre a Saúde”, o encontro teve como objetivo discutir a crise nacional, o cenário e algumas soluções para a saúde na Bahia.

Entre as autoridades, estiveram presente: o Secretário de Saúde do Estado da Bahia (SESAB), Fábio Vilas Boas; o Secretário Municipal de Saúde, José Antônio Rodrigues Alves; o Presidente da Federação das Santas Casas de Misericórdia, Hospitais e Entidades Filantrópicas do Estado da Bahia (Fesfba), Maurício Dias; a Presidente de Honra da Liga Álvaro Bahia Contra a Mortalidade Infantil, Rosina Bahia; a Presidente das OSID, Maria Rita Pontes; o provedor e o gestor da Santa Casa de Valença, Marcelo Dantas Cabral e Nadson Santana, respectivamente; e o gestor da Santa Casa de Nazaré, Marcus Galvão.

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O Superintendente da Liga Álvaro Bahia, Antônio Santos Novaes Júnior, apresentou indicadores e o déficit da instituição, que enfrenta uma crise sem precedentes. Os dados são alarmantes. São mais de R$ 5 milhões em dívidas somente com fornecedores e médicos, que não recebem pagamento há meses. O número sobe ainda mais quando se trata de endividamento bancário: R$ 20 milhões é o valor atual da dívida com a Caixa Econômica Federal.

A conta entre receita e despesa não fecha devido ao desfinanciamento do SUS: por uma consulta especializada no mercado privado é cobrado, aproximadamente, o valor de R$ 90, para um hospital público custa R$ 54, sendo que é repassado pelo SUS somente R$ 17, uma diferença de 70%. Quando se fala em valores de diárias de internamento em UTI, a realidade não é diferente: R$ 1,2 mil é o valor repassado pelo SUS para um custo de R$ 2,2 mil em hospitais públicos diante da cobrança de R$ 3,5 mil na rede privada.
 
Segundo o Secretário de Saúde, Fábio Vilas Boas, em 6 anos, o Estado dobrou os recursos alocados na saúde, passando de R$ 1,6 bilhão para R$ 3 bilhões/ano. No entanto, a União está deixando de investir na saúde, transmitindo cada vez mais o ônus para o Estado. Vilas Boas ainda ressaltou que, embora a SESAB tenha investido seus recursos na Atenção Básica, aumentando o número de unidades de atendimento, essas não têm apresentado resolutividade. O Secretário destacou a crise pela qual estamos passando: “Somos um país pobre e não temos como oferecer tudo para todos”.
 
O Presidente da Fesfba, Maurício Dias, apresentou os números de atendimentos das Santas Casas em todo o país. De acordo com ele, 42% das internações do SUS se dão através das Santas Casas, mesmo que, diante da crise, nos últimos 10 anos, 48 Santas Casas tenham fechado as suas portas.

Redação Saúde no Ar*

João Neto

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