“O crescimento da residência médica para a Bahia ” foi o tema do debate do Saúde em Foco, programa realizado todas as sextas-feiras às 10 h pelo Portal Saúde no Ar que pode ser acessado pelo site ( www.portalsaudenoar.com.br), pela Rádio Excelsior ( AM 840) ou através do aplicativo Rádio Saúde no Ar.
Participaram do debate, coordenado pela apresentadora Patrícia Tosta (20.02), o diretor do Departamento de Planejamento e Regulação da Provisão de Profissionais de Saúde, do Ministério da Saúde, e Felipe Proenço, o presidente da Cremeb-Bahia, José Abelardo Meneses, o professor do curso de Medicina da Unifacs, Bruno Gil, e Gledson Nascimento, secretário-geral da Comissão Estadual de Saúde e secretário da Associação Baiana de Medicina, com depoimentos dos coordenadores das residências médicas do Hospital das Clínicas, neurologista Antônio Andrade e do Hospital Ana Nery, o oncologista Álvaro Nonato.
Instituída no dia 5 de setembro de 1977, pelo decreto 80.281 – a residência médica é uma das principais formas de capacitação em Saúde, modalidade de pós-graduação (especialização), voltada para os profissionais de medicina. As especializações funcionam normalmente em instituições de saúde sob orientações de médicos de elevada qualificação – nomeado como preceptor. De acordo com o Ministério da Educação (MEC), o programa de residência médica, dá ao profissional, o título de especialista. A expressão “residência médica” só pode ser empregada para programas que sejam credenciados pela Comissão Nacional de Residência Médica.
Conforme o especialista Silo de Holanda Cavalcanti, a residência médica é largamente reconhecido como a melhor maneira de um estudante completar sua formação médica; quer se dirija para uma especialidade ou pretenda se fazer generalista. Segundo ele, a residência é um método da pedagogia médica que amplia a quantidade e assegura melhora da qualidade do atendimento à população, proporcionando ao médico em treinamento, excelente oportunidade de se exercitar sob supervisão, nas mesmas condições em que irá trabalhar.
“Desde seu início, a residência médica vem sendo submetida a uma legislação reguladora e seu funcionamento tem sido acompanhado pelo ministério da educação (MEC) por meio da comissão nacional de residência médica (CNRM). Sua unidade orgânica nacional, ainda que atente para as peculiaridades regionais e locais lhe assegura a necessária homogeneidade e controle de qualidade em todo país. Este organismo tem desempenhado suas funções a contento, ainda que sujeito às oscilações periódicas comuns às agencias estatais no sistema presidencialista”, afirma.
Para Felipe Proenço, existe um crescimento do número de instituições que promovem a residência médica no país, inclusive em cidades do interior da Bahia. Segundo ele, atualmente, desde 2009 o ministério financiou 6.500 vagas de residência em todo o país. Ele explicou para os ouvintes como ocorre a implantação de uma residência médica numa instituição e os critérios necessários para isso. Após estudar seis anos, o médico escolhe um local para sua especialização passando por um concurso para isso. Se aprovado, durante dois anos, ele receberá a orientação necessária adquirindo a experiência para a área escolhida.
Os médicos Antonio Andrade e Álvaro Nonato falaram sobre como ocorrem a residência médica em suas instituições, que abrange outros profissionais da área de Saúde como enfermeiros, biólogos, dentro do programa Multiprofisssionais de Saúde .
Para José Abelardo Meneses, é de suma importância a formação de preceptores para a residência, já que não existe até agora um plano de carreira para médicos, já que não existe carreira, nem remuneração diferenciada. Ele falou da tecnologia ultrapassada que dificulta o programa, tendo sido a causa inclusive do fim de residências médicas em cidades do interior como ocorreu no Hospital de Santo Antônio de Jesus.
Porém, a importância da residência médica na Bahia é reconhecida por todos os participantes do encontro que cobram do governo a melhoria técnica das instituições.