Salmonella: cientistas desenvolvem teste rápido para identificar contaminação

Salmonella (Salmonellose) é uma bactéria que causa intoxicação alimentar e em casos raros, pode provocar graves infecções e até mesmo a morte. De acordo com o Ministério da saúde a infecção acontece após a ingestão de alimentos contaminados.

Dessa forma, pesquisadores do Canadá desenvolveram um teste rápido e barato para detectar a contaminação por Salmonella em frango e outros alimentos. Segundo os especialistas, a ferramenta conta com um uso simples, assim como um autoteste de Covid-19.

A pesquisa está disponível em novo artigo publicado na revista científica Angewandte Chemie. O estudo, pode melhorar a segurança alimentar, reduzir o custo de processamento de aves e outros alimentos.

De acordo com o estudo conduzido pela Universidade McMaster, em Hamilton, no Canadá, o teste fornece resultados precisos em uma hora ou menos, sem a necessidade de acessórios ou fonte de energia, em comparação com o monitoramento atual por meio de culturas de laboratório, que exigem pelo menos um dia para produzir resultados.

“Qualquer um pode usá-lo no ambiente onde os alimentos estão sendo preparados, processados ou vendidos”, diz o coautor do estudo Yingfu Li, professor de Bioquímica e Biologia Química que lidera o Grupo de Pesquisa de Ácidos Nucleicos Funcionais de McMaster, em comunicado. “Há um equilíbrio entre custo, conveniência e necessidade. Se é barato, confiável e fácil, por que não usá-lo?”

Proteger o público da Salmonella é uma alta prioridade para produtores de alimentos, varejistas e reguladores, já que a bactéria é uma das formas mais comuns e graves de infecção de origem alimentar, causando 155 mil mortes em todo o mundo todos os anos.

O que faz o teste funcionar é uma nova molécula sintética de ácido nucleico, desenvolvida na universidade. Para o teste, a molécula é colocada entre partículas microscópicas como o ouro.

A plataforma de teste reveste o interior da ponta de uma pipeta e começa a funcionar quando uma amostra liquefeita do alimento em teste é retirada. Se a bactéria Salmonella estiver presente, ela corta as partículas, permitindo que a molécula escape.

Assim, quando a solução entra em contato com uma tira de teste de papel, a presença de Salmonella aparece como um tom visível de vermelho, graças a uma nova forma de biossensor, também criada pela equipe. Quanto maior a concentração de Salmonella, mais brilhante a cor aparece.

A nova tecnologia contou com apoio da organização de pesquisa sem fins lucrativos Mitacs e da Toyota Tsusho Canada Inc., uma subsidiária indireta da Toyota Tsusho Corporation no Japão, que planeja desenvolver a inovação para uso comercial.

Dessa forma, uma vez ampliado e disponibilizado comercialmente, o novo teste pode ser um benefício significativo para os processadores de aves, para quem a Salmonella está entre os riscos de contaminação mais significativos. O teste também seria benéfico para garantir o processamento seguro de outros alimentos particularmente vulneráveis à Salmonella, como ovos, laticínios e carne moída.

 

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