O presidente da Sociedade Brasileira de Virologia (SBV), Flávio da Fonseca, afirmou que embora os dados ainda sejam inconsistentes, já se pode afirmar que a variante Ômicron do Coronavírus, “potencial de disseminação gigantesco”. Em pouco tempo ela atingiu 14 países e alcançou todos os cinco continentes.
“Embora os dados ainda sejam fragmentados, está claro que ela (ômicron) tem potencial de disseminação gigantesco — pelo número alto de mutações e pela rapidez com que já se disseminou”, disse em entrevista à BBC News Brasil o virologista, que também é professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
A variante Ômicrôn foi descoberta na África do sul . O anuncio da descoberta ocorreu na última quinta- feira. Em poucos dias, ele já foi detectada em todos os cinco continentes. O poder de transmissão e disseminação é muito grande, mas ainda não se sabe se as vacinas atuais vão ser eficazes, se a variante provoca casos graves e mortes, e se os pacientes atingidos terão sequelas. Já se sabe que quem for infectado poderá ter uma reinfecção.
A variante gerou medidas restritivas principalmente relativas a viagens com origem em países do sul da África. As ações foram condenadas pelo governo da África do Sul, que as considera injustificadas porque não se pode afirmar que a variante tem origem africana. Ela apenas foi descoberta na África. e os outros países que já detectaram a variante não sofreram retaliações como impedimento para viagens.
A nova variante tem algo inédito em relação as outras, possui 50 mutações genéticas sendo que 32 na proteína spike (ou espícula) do vírus — a parte que conecta o microrganismo à célula humana para iniciar a infecção. As vacinas foram feitas para atuar justamente na proteína Spike e com as mutações, podem não ser eficazes.