Por que tem aumentado o número de diagnósticos Transtorno do Espectro Autista (TEA)? Uma alerta além da inclusão!
O aumento significativo no número de diagnósticos de Transtorno do Espectro Autista (TEA) nas últimas décadas tem suscitado debates sobre as razões por trás desse crescimento e os desafios que ele impõe às famílias e à comunidade escolar.
Fatores Contribuintes para o Aumento dos Diagnósticos de Autismo
Diversos fatores têm sido apontados como responsáveis pelo aumento nos diagnósticos de TEA:
- Ampliação dos Critérios Diagnósticos: A evolução dos manuais diagnósticos, como o DSM-5 e a CID-11, expandiu a definição do autismo para um espectro mais amplo, incluindo casos com sintomas mais leves que anteriormente poderiam não ser diagnosticados. Essa mudança permite identificar uma gama maior de indivíduos com TEA.
- Maior Conscientização e Conhecimento: Campanhas de conscientização e disseminação de informações sobre o autismo aumentaram a sensibilidade de profissionais de saúde, educadores e pais para os sinais precoces do transtorno, resultando em diagnósticos mais frequentes e precoces.
- Redução do Estigma: A diminuição do estigma associado ao autismo encorajou mais famílias a buscarem avaliação e diagnóstico, contribuindo para o aumento dos casos identificados.
- Influências Ambientais e Genéticas: Estudos sugerem que fatores ambientais, como exposição a poluentes durante a gestação, e predisposições genéticas podem influenciar o desenvolvimento do TEA, embora as causas exatas ainda sejam objeto de pesquisa.
Relação com Classes Sociais
A relação entre o diagnóstico de autismo e as classes sociais é complexa. Famílias de classes socioeconômicas mais elevadas podem ter maior acesso a serviços de saúde especializados e, consequentemente, obter diagnósticos mais rapidamente. Por outro lado, em contextos de menor renda, barreiras como acesso limitado a profissionais qualificados e recursos financeiros podem atrasar ou dificultar o diagnóstico e a intervenção precoce. Essa disparidade ressalta a necessidade de políticas públicas que garantam equidade no acesso aos serviços de saúde e educação para todos os indivíduos com TEA.
Níveis de Suporte no TEA
O DSM-5 classifica o TEA em três níveis de suporte, com base na necessidade de assistência:
- Nível 1 (Requer Apoio): Dificuldades na comunicação social e inflexibilidade comportamental que requerem algum suporte
- Nível 2 (Requer Apoio Substancial): Déficits mais pronunciados na comunicação verbal e não verbal, com comportamentos repetitivos evidentes, necessitando de suporte substancial.
- Nível 3 (Requer Apoio Muito Substancial): Déficits graves na comunicação e comportamentos extremamente inflexíveis, demandando apoio muito substancial.