Nesta sexta-feira (7), o secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse que as alterações climáticas estão fora de controle. “Estamos caminhando para uma situação catastrófica”. Os alertas são feitos após a Terra ter batido recordes consecutivos de temperatura esta semana e depois de o mês de junho ter sido o mais quente desde que há registo.
“Se persistirmos em adiar medidas fundamentais, penso que estamos caminhando para uma situação catastrófica, como demonstram os dois últimos recordes de temperatura”. Disse Guterres, referindo-se aos recordes mundiais de temperatura batidos na segunda (3) e terça-feira.
De acordo com os dados da ONU, a semana pode ter sido a mais quente já registada mundialmente, uma vez que a quinta-feira foi marcada por novo máximo de temperatura: a média global chegou a 17,23 graus Celsius.
A média superou a marca de terça-feira de 17,18, que foi igualada na quarta, de acordo com dados do Climate Reanalyzer, da Universidade do Maine, nos Estados Unidos (EUA). Na segunda-feira a média registada tinha sido de 17,01, segundo dados não oficiais.
Dessa forma, os índices máximos de temperaturas juntam-se ao recorde de junho, o mês mais quente desde que há registro. Com média global de 16,51 graus celsius, 0,53 graus acima das últimas três décadas. O recorde anterior tinha sido registado em 2019, com variação de mais 0,37 graus.
Há meses os cientistas alertam que 2023 será um ano de recordes de calor, e a tendência poderá se agravar em 2024. Segundo a ONU, o recorde deste ano deve-se, em grande parte, às temperaturas muito altas da superfície dos oceanos, não só por causa das alterações climáticas, mas também por culpa do fenômeno climático El Niño, que afeta o clima regional e global.
A ONU confirmou a volta do El Niño na terça-feira. Assim, a última vez que o mundo enfrentou o fenômenos foi em 2016, que continua a ser o ano mais quente já registrado.
Fonte: RTP