Na Califórnia, em breve você poderá carregar seus objetos pessoais dentro de uma vaquinha. Ou melhor, dentro de uma bolsa de plástico fabricada com o gás metano expelido pelo animal. Segundo o diretor do departamento de embalagens da empresa de tecnologia Dell, na Califórnia, Oliver Campbell, em seu complexo processo digestivo, as vagas expulsam entre 100 e 200 litros de metano por dia. “É biomagia”, diz ele sorrindo. A sacolinha em questão é feita, literalmente, do ar que respiramos.
À primeira vista, as sacolas de metano são iguais às que conhecemos, mas a diferença está no fato de que os modelos comuns são feitos de petróleo, enquanto a engenhoca nas mãos de Campbell vem do AirCarbon, o carbono extraído do metano expulso pelas vacas, ou que se desprende de lixões.
“O metano reage com um biocatalizador e cria uma reação que separa o carbono e o oxigênio no gás. Então passa por um período de fermentação, de onde surge este material plástico”, salienta Campbell, segundo o qual o processo é mais barato do que o uso do petróleo. “A partir daí, podemos criar vários tipos de plástico”.
A vantagem é que além de mais barata do que as feitas com o uso do petróleo, o procedimento evita o uso de combustíveis fósseis e a diminuição de gases tóxicos no meio-ambiente. A versão proveniente do metano é produzida por uma empresa californiana chamada Newlight, que se propõe a substituir também outro material não-biodegradável como o polietileno usado em embalagens maleáveis e esponjas.