Dia Internacional de Conscientização do Lúpus: "Um dia apenas não é suficiente"

Dia Internacional de Conscientização do Lúpus: "Um dia apenas não é suficiente"

 

Atualmente, o Brasil registra mais de 150 mil casos da doença por ano. Neste dia 10 de maio, celebra-se o Dia Internacional de Conscientização sobre Lúpus, e o Saúde no Ar conversou com os especialistas no assunto, Mittermayer Santiago, que é reumatologista especialista na doença e Jacira de Souza, presidente do Lúpicos Organizados da Bahia (LOBA).

O Lúpus é uma doença inflamatória crônica e autoimune. O que quer dizer que a defesa imunológica do doente se volta contra o seu próprio organismo, o Lúpus é considerado uma doença rara, que não tem cura. De acordo com dados recentes da Sociedade Brasileira de Reumatologia, cerca de 90% dos seus portadores são mulheres.

O reumatologista Mittermayer Santiago estima que sete mil baianos e dois mil soteropolitanos são acometidos com lúpus. A maioria desses pacientes são mulheres em idade reprodutiva e pessoas da raça negra.

Exposição ao sol e questões hormonais são fatores que influenciam diretamente no desenvolvimento da doença. Como os primeiros sinais nem sempre são claros, é comum que pacientes em estágio inicial apresentem manchas que parecem rubor nas bochechas, fadiga e febre baixa.

A maioria dos médicos e pesquisadores do assunto afirmam que o lúpus é um verdadeiro quebra-cabeças, que nenhum fator ambiental é determinante à doença. Apesar de não haver cura, com tratamento adequado, o problema crônico pode ter seus sintomas amenizados, e garantir que todos estejam bem. Após o diagnóstico, resta aos pacientes seguir a risca todas as indicações médicas.

A presidente da Loba, Jacira de Souza, fez uma pelo, em relação á carência de mobilização: “Um dia só não é suficiente para conscientização. Lutamos por um mês inteiro, para que outros setores sociais passem a dar mais importância a essa demanda da saúde.”

Mittermayer declarou ainda que a rede de assistência a pessoa com Lúpus na Bahia, no serviço público, se concentrava apenas no ambulatório de referência que pertence a Escola Baiana de Medicina e os médicos que atuavam eram voluntários.

Devido à falta de recurso para manter o funcionamento do espaço, os atendimentos foram transferidos para o Hospital das Clínicas (HC) e ganhou apoio da secretária Estadual de Saúde (Sesab), que disponibilizou médicos para reforçar a equipe do (HC). O paciente de lúpus precisa acompanhar seu tratamento com medicamentos por toda a vida. Em alguns casos o quadro não se agrava e apenas medicamentos solucionam os sintomas. Mas em outros, há necessidade de internamento.

Jacira comenta outro fator determinante no tratamento de pacientes com Lupo: “Infelizmente na Bahia temos poucos reumatologistas especializado na doença. Nosso estado precisa se atentar a esta demanda. Está morrendo muitas pessoas jovens.”

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Mittermayer, também ressaltou que há poucos reumatologistas sendo formados na Bahia. Segundo ele, por ano forma-se menos de duas pessoas na especialidade. Outra questão apontada pelo médico é a queixa dos pacientes dos municípios baianos sobre a falta de medicamento nas farmácias básicas, o que prejudica a programação do tratamento.

Saiba mais sobre o assunto aqui:

Ouça abaixo o comentário completo dos especialistas ao Saúde no Ar:

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