Covid: imunidade comprometida e infecção longa podem ser explicação para mutações

Covid: imunidade comprometida e infecção longa podem ser explicação para mutações

As novas variantes do novo coronavírus tem chamado a atenção de cientistas em todo o mundo; dessa forma, os pesquisadores começaram a levantar algumas hipóteses para explicá-las.

De acordo com entrevista da a pesquisadora da Universidade Yale Akiko Iwasaki, referência global em imunologia para o Estadão,  “Há alguns dados surgindo que apontam que pessoas que têm a imunidade comprometida e que estão infectadas por muito tempo acumulam mutações. As variantes que estão despontando podem estar vindo desses pacientes que estão infectados por um longo tempo com covid”.

Além disso, a cientista disse que “Como essas pessoas não conseguem eliminar o vírus sozinhas, elas costumam receber plasma de convalescentes. Isso pode acabar eliminando o vírus, mas dá tempo para que as mutações se acumulem antes da eliminação. O vírus que é selecionado para escapar do plasma convalescente pode circular na população dando origem às variantes”.

Descoberta

De acordo com informações passadas pela pesquisadora, a suspeita surgiu com um paciente de 70 anos do Reino Unido. Infectado com covid-19 logo após ter passado por quimioterapia para tratar um linfoma; dessa forma, o sistema imune estava comprometido e nenhum medicamento dado a ele no hospital melhorava sua condição. Contudo, houve aplicação de plasma de convalescente (com anticorpos de pessoas que já tinham se curado da doença).

O paciente acabou falecendo 102 dias após testar positivo e, em análises posteriores feitas em amostras dele; cientistas observaram que o vírus havia evoluído e desenvolvido mutações que mudaram sua capacidade de infectar células e escapar dos anticorpos.

Uma das mutações observadas no paciente foi encontrada depois na variante B.1.1.7, originada no Reino Unido, o que fez os cientistas também suspeitarem que ela possa ter surgido em um paciente imunocomprometido.

Além disso, a pesquisadora acredita que novas cepas irão surgir, “Acho que mais dessas variantes vão surgir. É uma questão de tempo e de sequenciamento genético até encontrarmos mais VOCs pelo mundo”, disse.

 

Fonte: Estadão

 

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