Uso do Canabidiol (CBD) em debate no Portal Saúde no Ar

Uso do Canabidiol (CBD) em debate no Portal Saúde no Ar

O programa Saúde no Ar, discutiu nesta sexta-feira (16) a aprovação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), do Canabidiol (CBD), como medicamento de uso controlado e não mais como substância proibida. O programa transmitido diariamente pela Rádio Excelsior, AM 840, vai ao ar das 10 às 11 horas e tem como apresentadora a radialista Patrícia Tosta, que conversou com especialistas sobre o que vai mudar com a liberação da substância com foco em crianças e lactentes que sofrem com epilepsia e convulsões.

Os convidados do programa foram o vice-presidente do conselho Federal de Medicina (CFM-Bahia), o médico Jecé Brandão, a farmacêutica Leila Aline e a psiquiatra Rosa Garcia, doutora em Medicina e professora aposentada da Universidade Federal da Bahia (UFBA), que  participou por telefone.. 

Os especialistas foram unânimes em concordar com a liberação do CBD, que já havia sido aprovada pelo Conselho Federal de Medicina e que a partir de agora fará parte de uma lista de remédios controlados. 

Conforme a psiquiatra Rosa Garcia, o uso do CBD em epilepsias refratárias deverá ser feito através de neurologistas, mas também de psiquiatras que trabalham com epilépticos por conta dos efeitos emocionais causados pela doença. Ela disse que o efeito do medicamento se dá no sistema nervoso central, atuando no controle motor e memória do paciente.

A psiquiatra lembra que o uso do canabidiol já é autorizado em países como Portugal, Reino Unido, Uruguai, Canadá e Israel e em 26 estados americanos. afirma.

O doutor Jecé salientou que a liberação muda muita coisa, pois a pesquisa era proibida no país. Agora, certamente, segundo acredita, os centros de pesquisa vão avançar nos estudos, dosagens e fracionamentos adequados. O CFM, inclusive, já havia baixado uma norma autorizando os médicos a prescreverem o produto para que as famílias dos pacientes, que não se beneficiavam com o tratamento clássico, pudessem importá-lo. O conselheiro acrescentou que não vê motivo de preocupação em relação à utilização indevida do medicamento já que no Brasil existem 400 mil médicos em exercício e é o CFM quem diz o que é correto e o que não é.

Para a farmacêutica Leila Aline, cujo trabalho de graduação foi sobre cannabis sativae e derivados, a reclassificação vai facilitar estudos e ensaios clínicos o que permitirá futuramente a produção do CBD no Brasil. Conforme Leila, a planta tem 480 constituintes químicos o que dificulta a separação de um único constituinte. A CBD tem efeito anti-convulsionante, efeito ansiolítico e síndromes do sono, mas a comercialização poderá ser feita a base de uma investigação criteriosa.

A discussão sobre a possibilidade da reclassificação da substância, foi iniciada em maio de 2014 pela Anvisa, mas a decisão da liberação de importação do canabidiol em caráter regular, só foi adotada esta semana pela agência.

Até a ocasião, o governo federal recebeu 374 pedidos de importação para uso pessoal. Desse total, 336 foram autorizados, 20 aguardam o cumprimento de exigência pelos interessados e 11 estão em análise pela área técnica. Há ainda sete arquivamentos, sendo três mandados judiciais cumpridos, duas desistências e três falecimentos de pacientes após a entrada do pedido.

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