Tetraplégico com implante no cérebro movimenta pernas e braços

Tetraplégico com implante no cérebro movimenta pernas e braços

Francês usa um equipamento que inclui um exoesqueleto e é uma adaptação de uma tecnologia pioneira de um cientista brasileiro.

Uma universidade francesa divulgou o sucesso de um implante cerebral que permitiu a um homem comandar os movimentos dos braços e das pernas. E ele é tetraplégico.

Quatro anos atrás, o jovem francês Thibault ficou tetraplégico ao cair de uma varanda de mais de 12 metros. Pensou que passaria a vida numa cadeira de rodas. Agora, ele disse aos cientistas que se ente como o primeiro homem na Lua, e que ganhou uma nova vida.

O exoesqueleto, um equipamento que parece um robô acoplado ao corpo de Thibault, está preso a um trilho, mas as ordens vêm todas do cérebro dele.

Acompanhado por cientistas do Hospital Universitário de Grenoble, na França, e da Clinatec, um centro de pesquisas privado, Thibault passou alguns meses treinando com um computador. Era uma espécie de videogame que interpretava os comandos do cérebro dele.

Agora, esse sistema de computador serve de interface entre o cérebro e o exoesqueleto, e é isso que o faz caminhar.

A nova vida de Thibault só foi possível porque os pesquisadores implantaram dois sensores entre a pele e o crânio, um de cada lado da cabeça dele. Esses sensores interpretam os pensamentos e os transmitem para o computador que, no fim das contas, é o que controla o exoesqueleto.

Com a ajuda do exoesqueleto, o jovem francês conseguiu percorrer, por diversas vezes, uma distância maior que um campo de futebol. Ele vai entrar para a história como o primeiro tetraplégico a movimentar braços e pernas com o próprio cérebro. E a história dessa tecnologia teve um capítulo importante justamente num campo de futebol e no Brasil.

Em 12 de junho de 2014, na Arena Corinthians, o brasileiro Juliano Pinto não chegou a caminhar, mas usou um exoesqueleto para dar o pontapé inicial da Copa do Mundo.

A tecnologia desenvolvida pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis permitia a Juliano apenas um pequeno movimento com o pé direito, mas para a ciência já era um grande passo.

“Em resumo, eles adaptaram o paradigma criado pelo projeto Andar de Novo para pacientes com quadriplegia, paralisia completa, enquanto nós usamos para paraplegia. O que mudou é que os franceses optaram por fazer um implante dentro do cérebro, na superfície do cérebro para fazer a pessoa poder se mexer. Nós optamos por fazer sem nenhuma invasão do cérebro. O cientista sempre espera que os seus resultados sejam reproduzidos, então é um dia muito feliz para todos nós”, disse.

O francês Thibault mexe pernas e braços, mas sabe que, por enquanto, não sairá do laboratório.

Os responsáveis pela pesquisa dizem que ainda vai demorar muito tempo até que os paraplégicos comecem a andar. Mas eles já pensam no que pode acontecer em poucos anos: se tudo der certo, pessoas sem movimentos nas pernas poderão usar os pensamentos para rodar pelas ruas.

Fonte: Jornal Nacional

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