Saúde suplementar cria alternativa para o setor

Saúde suplementar cria alternativa para o setor

SEMINARIO AHSEB

A  Saúde Suplementar atende na Bahia a 1.587.299 beneficiários, segundo dados da Agência Nacional de Saúde divulgados em fevereiro de 2017. Cerca de 3% do público assistido por plano de saúde no país e o sexto maior entre os estados.

Atualmente a Saúde ocupa o oitavo lugar em reclamações provenientes de consumidores, segundo ranking divulgado pelo PROCON-BA (março-2017). No modelo vigente, a operadora lida com o paciente, apesar de  não ser a responsável pelos cuidados da saúde do mesmo.  Um novo modelo de funcionamento e operação para  o setor  apresentado nesta, quinta-feira, (23.03), inverte essa lógica.

 O modelo apresentado durante o talk show “O valor ao paciente no cenário de crise da Saúde Suplementar: em busca de soluções”, em seminário realizado pela Associação de Hospitais e Serviços de Saúde da Bahia e Universidade Corporativa, no Mundo Plaza Business Center em Salvador, e cujo piloto deve ser experimentado na Bahia, traz uma inversão na relação dos atores que compõem o segmento. Por isso, foi intitulado de “capitation reverso” por um grupo que estudou sobre este novo sistema, liderado pelo presidente da Federação Baiana de Saúde da Bahia e vice da Confederação Nacional de Saúde, Marcelo Britto, que fez a apresentação no talk show, durante o evento.

SEMINARIO AHSEBConforme explicou Britto,  a ideia é que o usuário do sistema passe a lidar diretamente com o prestador, e o papel da operadora de saúde seja a venda de redes privadas de serviços, sem precisar ter o contato direto com o usuário – já que o pagamento pelos mesmos será feito diretamente aos estabelecimentos: hospitais, clínicas, laboratórios, que se organizariam em redes por critérios pré-estabelecidos.

 “Só existe um caixa na saúde. O usuário. E hoje, minha receita advém da medicina curativa e não, da preventiva”, explicou Marcelo Britto em sua exposição, citando alguns instrumentos que precisarão ser criados para sustentar a proposta, tais como a remuneração por valor fixo e por vida, em toda a cadeia; a criação de uma Tábua de Ressarcimento; a contratação de uma empresa gestora do grupo e para o grupo, e de um conselho partilhado.

Com a nova proposta, os propositores – representantes de estabelecimentos – pretendem abolir práticas que são consideradas prejudiciais para o paciente, tais como tempo de espera para autorizações de procedimentos, procedimentos negados, over use, entre outros.  

SEMINARIO AHSEB

“Esta é a espinha dorsal do que podemos construir para o nosso futuro. Todos os atores precisam aderir a este modelo para mudar o atual cenário, e construirmos, juntos, coisas novas”, disse o presidente da Ahseb, Mauro Duran Adan, que também fez parte do grupo de estudos e abriu o momento-chave da programação do seminário que recebeu o mesmo título do talk show, toda pensada para o valor ao paciente.

A solução proposta foi elaborada como uma tentativa de contornar a tendência do setor, que é o esgotamento total em, no máximo, seis anos – se os números indicativos, também apresentados por Britto em sua exposição, seguirem a tendência atual. A diretriz principal do novo modelo é alinhar os interesses dos médicos, prestadores, operadoras e usuários, conforme destacou.

O seminário “O valor ao paciente no cenário de crise da Saúde Suplementar: em busca de soluções” reuniu profissionais que atuam em instituições de Saúde da Bahia para  debater e buscar soluções nas diversas temáticas, abordadas em painéis e palestras. Entre os temas debatidos estiveram a judicialização no setor, as mudanças com as regras na segurança do paciente, os modelos de remuneração.

O evento contou com o apoio da  Federação Baiana de Saúde (Febase), da Santa Casa de Misericórdia da Bahia por meio do Hospital Santa Izabel, da Confederação Nacional de Saúde (CNS), da Associação de Bahiana de Medicina (ABM), do Sindicato dos Hospitais e Estabelecimentos de Serviços de Saúde do Estado da Bahia (Sindhosba), do Sindicato dos Laboratórios Clínicos e Patológicos do Estado da Bahia (Sindlab)  entre outros parceiros.

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Redação Saúde no ar

Fonte: Ascom Febase

Fotos:Edson Ruiz

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