MP combate fraude no Samu

MP combate fraude no Samu

Foto: Cassiano Rolim/TV Anhanguera

acao-mp-2Uma operação para combater uma quadrilha que fraudava o encaminhamento de pacientes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) para Unidades de Terapia Intensiva (UTI) está sendo realizada pelo Ministério Público de Goiás a partir de hoje (terça-feira, 21), na Grande Goiânia.

Mais de 20 pessoas já foram presas, entre servidores, médicos e donos de UTIs.
De acordo com o MP, em algumas situações a pessoa tinha o estado agravado para justificar a internação.

Ao todo, 24 mandados de prisão temporária e 43 de busca e apreensão estão sendo cumpridos. Denominada "SOS Samu", a operação começou após o MP descobrir um esquema de pagamento de propina a alguns funcionários do serviço de resgate para que eles direcionassem pacientes que tivessem planos de saúde para UTIs específicas.

Com isso, ocorria uma fraude na regulação do acesso aos leitos. O órgão ainda não tem estimativa de qual valor em dinheiro o esquema movimentou. Segundo o órgão, após ser feito o atendimento de urgência pelo Samu, os socorristas entravam em contato com a central de regulação , responsável por controlar o encaminhamento das vagas das UTIs.

Ao invés de mandar o paciente a algum hospital vinculado ao SUS, encaminhavam aqueles que tinham plano de saúde para unidades particulares. Com isso, as UTIs ficavam cheias de pacientes, garantindo lucro para os médicos e donos dos leitos.

Os subornos eram passados por médicos e por proprietários de UTIs por meio de depósitos bancários ou até mesmo entregando dinheiro em espécie diretamente aos integrantes do esquema.

Além disso, o MP constatou encaminhamentos desnecessários de pacientes às UTIs, inclusive agravando o estado de saúde das pessoas e até uso de sedativos. Os investigados são suspeitos de crimes como associação criminosa, corrupção ativa e corrupção passiva.

A Secretaria Municipal de Saúde explicou, em nota, que abriu uma sindicância para apurar os fatos. No comunicado, o órgão reforça que, “caso seja comprovado o envolvimento ilícito de servidores, as devidas medidas administrativas serão tomadas, inclusive com exoneração”.

Redação Saúde no Ar*

Ana Paula Nobre

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