Durante coletiva de imprensa nesta quinta-feira (30/01), no Palácio do Planalto, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva ressaltou o protagonismo do Brasil na geopolítica global, destacando a importância de eventos internacionais como o BRICS e a COP30, além da abertura de mais de 300 novos mercados para produtos brasileiros. Lula também enfatizou os impactos positivos da reforma tributária, a necessidade de proteger a democracia e o fortalecimento das relações comerciais internacionais.
Brasil no Centro das Decisões Globais
Lula afirmou que o Brasil retomou sua posição de liderança no cenário internacional, consolidando-se como um país estratégico para a transição energética, o desenvolvimento sustentável e o comércio global. O presidente destacou a relevância de eventos que ocorreram e ocorrerão no país, como o G20 em 2024, o BRICS e a COP30 em 2025.
“Eu não tenho humildade nenhuma para dizer que fizemos o mais importante G20 da história. Agora, vamos realizar o maior BRICS e a melhor COP, no coração da Amazônia, onde ninguém acreditava ser possível”, afirmou Lula.
A COP30, que será realizada em Belém (PA), será uma oportunidade para que a comunidade internacional veja de perto os desafios da região e as necessidades de investimentos para mitigar os impactos das mudanças climáticas. O evento contará com a participação de indígenas, quilombolas, especialistas e chefes de Estado. Lula cobrou compromisso dos países desenvolvidos com os financiamentos climáticos prometidos há mais de uma década, que ainda não foram cumpridos.
“Se a gente não fizer algo forte, essas COPs vão se desmoralizar. Em 2009, os países ricos se comprometeram a destinar 100 bilhões de dólares por ano para os países em desenvolvimento, mas até hoje não cumpriram”, criticou o presidente.
Crescimento das Exportações Brasileiras
Outro ponto destacado por Lula foi a expansão do comércio exterior, com a abertura de 300 novos mercados para produtos agrícolas brasileiros nos últimos dois anos. Segundo o presidente, o Brasil se consolidou como “o celeiro do mundo”, tornando-se um grande exportador global.
“O que falávamos há 20 anos parecia um sonho. Agora, virou realidade. O Brasil abriu 300 mercados novos em dois anos e ainda fechamos um acordo comercial com a União Europeia, o maior bloco econômico do mundo”, destacou.
Combate à Fome e Parceria com a África
Lula também mencionou o avanço da Aliança Global contra a Fome e a Pobreza, um dos principais legados da presidência brasileira no G20 em 2024. O primeiro grande evento da iniciativa ocorrerá em maio, reunindo ministros da Agricultura de países africanos para trocar conhecimentos sobre políticas bem-sucedidas no combate à fome.
“Vamos mostrar o que o Brasil tem de bom no combate à fome, levar esses líderes a campo para verem na prática e realizar uma reunião técnica coordenada pela Embrapa e pelo Ministério das Relações Exteriores para compartilhar conhecimento com os nossos irmãos africanos”, explicou o presidente.
Reforma Tributária e Atração de Investimentos
Lula celebrou a aprovação da reforma tributária, destacando que ela tornará o Brasil um país mais competitivo e atrativo para investimentos estrangeiros. A nova estrutura, que entrará em vigor em 2027, facilitará o comércio exterior e proporcionará mais segurança jurídica e previsibilidade para os negócios.
“A aprovação da reforma tributária foi um passo essencial para modernizar o Brasil e torná-lo um país mais seguro para investimentos nacionais e internacionais”, afirmou.
Defesa da Democracia e Fake News
Em um momento de crescente polarização política global, Lula reforçou a necessidade de proteger os valores democráticos e combater a disseminação de fake news.
“A democracia será a grande derrotada se permitirmos o avanço da extrema direita no mundo, se permitirmos que as fake news vençam e que a mentira se sobressaia sobre a verdade”, alertou o presidente.
Reciprocidade nas Relações Comerciais com os EUA
Sobre os rumores de taxação de produtos brasileiros devido a mudanças na política comercial dos Estados Unidos, Lula afirmou que, se houver sanções aos produtos brasileiros, o Brasil responderá na mesma medida.
“Se taxarem os produtos brasileiros, haverá reciprocidade do Brasil. “Quero respeitar os Estados Unidos e quero que o presidente Donald Trump respeite o Brasil. Da minha parte, o que quero é melhorar a nossa relação com os Estados Unidos, exportar mais se for necessário, importar mais se for necessário, e a gente manter a nossa relação, que é de 200 anos”, declarou Lula.
A coletiva de imprensa reforçou o momento favorável do Brasil no cenário internacional, com a liderança em fóruns globais, a expansão do comércio exterior, a atração de investimentos e a defesa da democracia. O governo segue apostando na sustentabilidade, na cooperação internacional e no fortalecimento da economia nacional, consolidando sua posição como uma potência emergente.