Dados divulgados pela Fundação Osvaldo Cruz (Fiocruz) mostram que pelo menos 58 mil pessoas em Salvador possuem o retrovírus HTLV, pertencente à mesma família do HIV.
Da mesma forma que o HIV, o microorganismo é transmitido por via sexual, nas transfusões de sangue, pelo uso compartilhado de seringas e agulhas e da mãe para o filho durante a gestação, o aleitamento e no momento do parto.
Ele quase que não provoca sintomas, facilita o surgimento de doenças como a leucemia e metade dos infectados tem dificuldade para urinar e problemas na pele.
A infecção atinge principalmente mulheres, e, de acordo com a Fiocruz, cerca de 10% das mulheres estão infectadas com o vírus.
Cerca de 1.700 pacientes são acompanhados gratuitamente no centro de HTLV, que fica na Faculdade Baiana de Medicina.
Sintomas e tratamento
As estatísticas indicam que apenas 5% das pessoas infectadas pelo HTLV desenvolvem problemas de saúde relacionados com o vírus. Nesses casos, em geral, instalam-se quadros neurológicos degenerativos graves e de leucemias e linfomas.
No entanto, a infecção pode ser absolutamente assintomática. Quando se manifestam, são sintomas indicativos de doença neurológica: dor na batata da perna e nos pés, na coluna lombar, fraqueza, dormência e formigamentos nos membros inferiores, perturbações urinárias.
Nos quadros de leucemia e linfomas, os sintomas mais comuns são: lesões cutâneas maculopapulares, descamação, gânglios infartados, alterações visuais e ósseas.
Como o risco do desenvolvimento da doença associada ao HTLV-I é muito baixo, não existe tratamento preventivo ainda. Também não se descobriu uma solução terapêutica para eliminar o vírus completamente do organismo infectado.
No entanto, todas as doenças correlacionadas com o retrovírus HTLV têm tratamento. Diagnóstico precoce e a observância às orientações médicas são requisitos básicos para o bom resultado do tratamento.
Pablo Rita
Fonte: Fiocruz