Governadores do nordeste divulgam carta contra pronunciamento de Bolsonaro

Governadores do nordeste divulgam carta contra pronunciamento de Bolsonaro

Os governadores dos nove estados do Nordeste divulgaram uma quarta na tarde desta quarta-feira (25/3), na qual eles lamentam o comportamento do presidente Jair Bolsonaro diante da pandemia do novo coronavírus no país. No comunicado, os políticos se mostraram insatisfeitos com “o posicionamento agressivo da Presidência da República” e pedem a “necessidade urgente de uma coordenação e cooperação nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres”.

Eles alertam que “o momento vivido pelo Brasil é gravíssimo” e que “o coronavírus é um adversário a ser vencido com muito trabalho, bom senso e equilíbrio”. A despeito do pronunciamento oficial de Bolsonaro em cadeia nacional na noite de terça-feira (24/3), quando ele disse que era preciso dar fim ao “confinamento em massa”, com a reabertura dos comércios nos estados que estabeleceram quarentena obrigatória, os governadores nordestinos não atenderão ao pleito presidencial

“Vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência segundo orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual”, escreveram. “Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região”, acrescentaram os governadores.

Assinaram a carta Renan Filho (MDB-AL), Rui Costa (PT-BA), Camilo Santana (PT-CE), Flávio Dino (PC do B-MA), João Azevedo (PSB-PB), Paulo Câmara (PSB-PE), Wellington Dias (PT-PI), Belivaldo Chagas (PSD-SE) e Fátima Bezerra (PT-RN).

CARTA DOS GOVERNADORES DO NORDESTE

25 de março de 2020

Em conferência realizada na tarde desta quarta-feira, 25 de março de 2020, nós
governadores do Nordeste pactuamos:

 

1 – O momento vivido pelo Brasil é gravíssimo. O Coronavírus é um adversário a ser vencido
com muito trabalho, bom senso e equilibro;
2 – Vamos continuar adotando medidas baseadas no que afirma a ciência seguindo
orientação de profissionais de saúde, capacitados para lidar com a realidade atual;
3 – Vamos manter as medidas preventivas gradualmente revistas de acordo com os registros
informados pelos órgãos oficiais de saúde de cada região;
4 – É um momento de guerra contra uma doença altamente contagiosa e com milhares de
vítimas fatais. A decisão prioritária e a de cuidar da vida das pessoas, não esquecendo da
responsabilidade de administrar a economia dos estados. É um momento de união, de se
esquecer diferenças políticas e partidárias. Acirramentos só farão prejudicar a gestão da
crise;
5 – Entendemos que cabe ao Governo Federal ação urgente voltada aos trabalhadores
informais e autônomos. Agressões e brigas não salvarão o País. O Brasil precisa de
responsabilidade e serenidade para encontrar soluções equilibradas;
6 – Ao mesmo tempo, solicitamos a necessidade urgente de uma coordenação e cooperação
nacional para proteger empregos e a sobrevivência dos mais pobres;
7 – Ficamos frustrados com o posicionamento agressivo da Presidência da República, que
deveria exercer o seu papel de liderança e coalizão em nome do Brasil.
Assinam esta carta:
Rui Costa
Governador da Bahia
Renan Filho
Governador de Alagoas
Camilo Santana
Governador do Ceará
Flávio Dino
Governador do
Maranhão
João Azevedo
Governador da Paraíba
Paulo Câmara
Governador de
Pernambuco
Wellington Dias
Governador do Piauí
Fátima Bezerra
Governadora do Rio
Grande do Norte
Belivaldo Chagas
Governador de Sergipe

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