Doenças tropicais é tema de estudos

Doenças tropicais é tema de estudos

O diretor do Programa Especial para Pesquisa e Treinamento em Doenças Tropicais (TDR) da Organização das Nações Unidas (ONU), John Reeder, esteve no campus de Manguinhos, no Rio de Janeiro para conhecer os projetos da Fiocruz relacionados ao combate a doenças ligadas à pobreza e prospectar parcerias de colaboração científica na área.

Para Reeder, é necessário reduzir a lacuna entre pesquisa e inovação e aplicação das descobertas, priorizando o direcionamento dos recursos do Programa através de critérios consistentes. Ele enfatizou a importância da pesquisa como uma das atividades essenciais do TDR e, consequentemente, o papel de destaque da capacitação dentro do Programa.

“Não existe pesquisa sem capacitação, sem desenvolvimento de capacidades”, afirmou ele. Por isso, o TDR tem investido fortemente nesse campo. Além disso, o Programa também tem privilegiado a atuação de pesquisadores e implementadores de saúde pública em seus próprios países. Assim, segundo Reeder, pode-se certificar de que o que se sabe é fixado no local onde se necessita do acesso aos serviços de saúde, em especial nas regiões mais pobres e remotas.

Ações concretas

A Fiocruz sugeriu ações para concretizar a parceria concentrando o seu foco nas ações de treinamento e capacitação.  “Dentre as discussões preliminares apontamos a possibilidade de realização de cursos rápidos e/ou cursos de verão com a chancela TDR e Fiocruz em Cali (Colômbia), local em que o Programa possui um centro regional de treinamento.

Segundo o coordenador adjunto de pós-graduação de Ensino, Informação e Comunicação da Fiocruz, Milton Moraes, a fundação poderá também oferecer treinamentos na África para formação de mestres visando os países falantes de língua portuguesa do continente, a partir de sua experiência de cooperação com o Instituto Nacional de Saúde em Moçambique.

“Pensamos ainda em formatar workshops em áreas em que possuímos expertise como mudanças climáticas e saúde.  Também avaliamos oferecer cursos que permitam a translação de conhecimento básico e aplicado para a implementação e a operacionalização de políticas públicas para doenças negligenciadas”, explicou .

Doenças tropicais

Segundo estudo do parasitologista Erney Plessmann Camargo, publicado no Scielo (Scientific Electronic Library Online), a Organização Mundial da Saúde (OMS) inclui em seu sítio oito doenças que ocorrem exclusiva ou especialmente nos trópicos. Ele esclarece que, na prática, a designação se refere a doenças infecciosas que proliferam em condições climáticas quentes e úmidas. Algumas dessas doenças são causadas por protozoários como a malária, as leishmanioses (foto), a doença de Chagas e a doença do sono. Outras são causadas por vermes como a esquistossomose, a oncocercose e as filariose linfática e uma é viral, a dengue, que vem se espalhando pelo país e já matou 693 pessoas este ano até agora.

As oito doenças tropicais da OMS são transmitidas ao homem de maneiras variadas, mas sempre por um vetor que geralmente é um inseto hematófago. As esquistossomoses não têm vetores, mas têm hospedeiros intermediários, caramujos, que, na água, liberam as formas infectantes para o homem. A designação “doenças tropicais” não foi invenção da OMS, pois já constava do vocabulário médico desde o século XIX. Surgiu sem data fixa e foi se consolidando à medida que microrganismos eram reconhecidos como causadores de doenças e tinham seus mecanismos de transmissão elucidados. Com informações do Fiocruz.

Redação Saúde no Ar

(A.V.)

 

O jornalismo independente e imparcial com informações contextualizadas tem um lugar importante na construção de uma sociedade , saudável, próspera e sustentável. Ajude-nos na missão de difundir informações baseadas em evidências. Apoie e compartilhe

Send a Comment

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.