Cofen lança perfil da Enfermagem na Bahia

Cofen lança perfil da Enfermagem na Bahia

A pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen), é o mais amplo levantamento sobre uma categoria profissional já realizado na América Latina. Além de inédito, o estudo abrange um universo de 1,6 milhão de profissionais. De acordo com dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a área de saúde compõe-se de um contingente de 3,5 milhões de trabalhadores, dos quais cerca 50% atuam na enfermagem (cerca de 1,7 milhão).

A pesquisa, realizada em aproximadamente 50% dos municípios brasileiros e em todos os 27 estados da Federação, inclui desde profissionais no começo da carreira (auxiliares e técnicos, que iniciam com 18 anos; e enfermeiros, com 22) até os aposentados (pessoas de até 80 anos).

A pesquisa foi encomendada para determinar a realidade dos profissionais e subsidiar a construção de políticas públicas. “Este diagnóstico detalhado da situação da enfermagem brasileira é um passo necessário para a transformação da realidade. Não se faz Saúde sem recursos humanos, e a equipe de enfermagem representa mais da metade desse contingente”, afirma o presidente do Cofen, Manoel Neri.

Situação na Bahia

No Estado da Bahia, a equipe de enfermagem é composta de 75% de técnicos e auxiliares e 25% de enfermeiros, com elevada concentração (73%) na capital. A conclusão é da pesquisa Perfil da Enfermagem no Brasil, realizada pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), por iniciativa do Conselho Federal de Enfermagem (Cofen) e apoio do Conselho Regional da Bahia (Coren/BA).

Apesar de 67% dos entrevistados terem apontado como extremamente desgastante o desempenho de sua rotina de trabalho, ela foi considerada satisfatória por 73,8% dos pacientes e familiares atendidos. O estudo ouviu 1.853 profissionais no estado e abrange um universo de 58.136 Enfermeiros, Técnicos e Auxiliares de Enfermagem.

A pesquisa foi realizada em todo o estado da Bahia, ouvindo auxiliares, técnicos e enfermeiros, num total de mais de 58 mil profissionais. No quesito mercado de trabalho, a maioria (63%) declarou exercer apenas uma atividade: o setor público concentra 50% dos trabalhadores empregados; o privado 33,8%; o filantrópico 26%; e as atividades de ensino 7,6%.

Renda mensal

Considerando a renda mensal de todos os empregos e atividades que a equipe de enfermagem exerce, constata-se que 1,5% dos trabalhadores recebem menos de um salário-mínimo por mês. A pesquisa encontra um elevado percentual de profissionais (12,7%) que declararam ter renda total mensal de até 1.000 reais.

Os quatro grandes setores de empregabilidade da enfermagem, o público (15,6%), o privado (12%), o filantrópico (13%) e o de ensino (14%) apresentam subsalários (renda igual ou inferior a 1.000 reais). Nestes, os vencimentos de mais de 60% (filantrópico); 32% (ensino); 40% (público); e 47% (privado) do contingente lá empregado não passa de R$ 2.000.

Masculinização

A equipe de enfermagem na Bahia é predominantemente feminina, sendo composta por 87,2% de mulheres. É importante ressaltar, no entanto, que mesmo tratando-se de uma categoria feminina, registra-se a presença de 12,2% dos homens. “No início dos anos 1990, a porcentagem dos homens na profissão em todo país era de 2% a 3%. Pode-se afirmar que na enfermagem está se firmando uma tendência à masculinização, com o crescente aumento do contingente masculino. Essa é uma situação que vem se firmando”, revela a coordenadora do estudo, a pesquisadora Maria Helena Machado.

Profissionais qualificados

O desejo de se qualificar é um anseio do profissional de enfermagem da Bahia. Os trabalhadores de nível médio (técnicos e auxiliares) apresentam escolaridade acima da exigida para o desempenho de suas atribuições, com 20,8% reportando nível superior incompleto e 9,9% tendo concluído curso de graduação.

Desemprego aberto

Dificuldade de encontrar emprego foi relatada por 74,5% dos profissionais de enfermagem. A área já apresenta situação de desemprego aberto, com 9,4% dos profissionais entrevistados relatando situações de desemprego nos últimos 12 meses.

Conduta profissional

A pesquisa mostra, além da confiança da chefia (77,4%) com o trabalho da equipe, liberdade de expressão dos profissionais com seus superiores (61,1%). Além disso, 63% afirmaram existir cordialidade por parte da chefia e, no tocante à conduta profissional dia a dia, 71% dos colegas de trabalho disseram respeitar o trabalhador da enfermagem.

Ambiente de trabalho

Quando se pergunta da existência de violência no ambiente do trabalho, 63,2% afirmam não existir. Por outro lado, apenas 26% dos profissionais se sentem protegidos contra qualquer tipo de agressão nos seus empregos.

Jornada de trabalho

Quanto à jornada de trabalho da equipe de enfermagem, encontramos 10,3% de profissionais trabalhando até 30 horas; 54% trabalhando 60 horas; e 18% trabalhando mais de 60 horas semanais, em regimes de trabalho diferenciados, trabalho diário plantão e por hora trabalhada.

 

Fonte:Coren

A.V.

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