Cientistas sulcoreanos e alemães apresentaram, nesta terça-feira (18.08), um novo exoesqueleto ( espécie de esqueleto externo) controlado pelo cérebro, que está sendo desenvolvido em uma parceria entre a Universidade da Coreia do Sul e a Universidade Técnica de Berlim, na Alemanha.
O projeto visa permitir que pessoas paralisadas possam andar com a ajuda do equipamento controlado diretamente pelo cérebro. A tentativa deu certo com voluntários saudáveis, que não tinham nenhum tipo de paralisia.
Com eles, o robô foi capaz de “obedecer” às intenções do usuário de andar para a frente, virar para a esquerda e para a direita, além de sentar e levantar. As “ordens” foram transmitidas do usuário para a máquina por meio da leitura de suas atividades elétricas cerebrais.
Como funciona
O exoesqueleto deve funcionar da seguinte maneira, segundo os cientistas: o usuário veste o exoesqueleto e também uma touca capaz de captar a atividade elétrica cerebral por eletroencefalografia, tendo à sua frente, fixado no robô, uma placa que contém cinco “luzinhas” que piscam em frequências diferentes.
Cada uma dessas luzes corresponde a um comando ao robô: andar para a frente, virar para a esquerda e para a direita, sentar e levantar. Esses sinais são usados para controlar a máquina.
Portanto, cada vez que o usuário olhar para cada uma dessas luzinhas, essa frequência se reflete em suas atividades cerebrais,
A máquina foi testada em 11 pessoas saudáveis e os resultados mostraram, segundo os pesquisadores, que o uso de um exoesqueleto baseado no uso desses estímulos visuais é viável.
Conforme Klaus Muller, um dos autores do estudo, o invento traz esperanças para pessoas com esclerose lateral amiotrófica (ELA), ou lesões na coluna espinhal, que encontram dificuldades de se comunicar e de usar seus membros. “Decodificar o que eles pretendem fazer a partir de seus sinais cerebrais poderia oferecer meios de comunicar e andar de novo”, acredita.
Segundo os pesquisadores, que publicaram os resultados na revista “Journal of Neural Engineering”, os voluntários conseguiram aprender a usar o exoesqueleto com apenas alguns minutos de treino.
Projeto Andar de Novo
A iniciativa cujos resultados foram apresentados nesta terça-feira tem princípios similares ao projeto “Andar de novo”, liderado pelo neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, professor da Universidade Duke, nos Estados Unidos, e do Instituto Internacional de Neurociências de Natal – Edmond e Lily Safra (IINN-ELS).
Foi com um exoesqueleto fabricado pela equipe de Nicolelis que Juliano Pinto, de 29 anos (foto), que é paraplégico, deu um chute simbólico em uma bola de futebol na abertura da Copa do Mundo no Brasil ano passado.
Fonte: G1
A.V.