Uma pesquisa aponta que 93% dos eleitores brasileiros avaliam os serviços público e privado de saúde como péssimos, ruins ou regulares. Executada pelo instituto Datafolha a pedido do Conselho Federal de Medicina (CFM), a pesquisa ainda sinaliza que entre os usuários do Sistema Único de Saúde (SUS), 87% dos entrevistados declararam insatisfação com os serviços oferecidos.
Realizada em todas as cinco regiões do país, a análise, contou com 2.418 pessoas – na faixa etária acima dos de 16 anos, e ocorreu entre os dias 3 e 10 de junho do ano anterior.
Na pesquisa, o Datafolha solicitou aos entrevistados que dessem notas de zero a dez para a saúde no Brasil e para o SUS. O estudo considera ruins ou péssimas as notas de zero a quatro. De cinco a sete, a avaliação é considerada regular.
O levantamento apontou que nos últimos dois anos, 92% da população brasileira buscou atendimento no SUS e 89% da população conseguiu ser atendida pelo sistema público.
De acordo com o levantamento, 57% dos eleitores brasileiros consideram que a saúde deveria ser tema prioritário para o governo federal. Em seguida estão a educação (18%) e o combate à corrupção (8%).
O tempo de espera para o atendimento no SUS, também foi outro ponto sinalizado pelos entrevistados. Das pessoas escutadas, 725 (30%) disseram estar esperando a marcação ou realização de algum serviço no Sistema Único de Saúde e/ou tem alguém da família nessa situação.
Destes 725, 24% disseram que estão na fila de espera há até um mês; 47% disseram aguardar o atendimento há entre um e seis meses; e 29% dizem que aguardam na fila do SUS há mais de seis meses – algo em torno de 210 pessoas.
Segundo a pesquisa, as maiores taxas de pessoas que aguardam na fila do SUS estão entre as mulheres de 25 a 55 anos, de classes sociais mais baixas, residentes em regiões metropolitanas e no Sudeste do Brasil.
Em relação aos serviços oferecidos pelo SUS e considerados de difícil acesso, 33% dos entrevistados consideram o acesso às cirurgias muito difícil. Já os procedimentos específicos como quimioterapia e hemodiálise (23%). Também foram questionados sobre o serviço de atendimento em casa – conhecido como “home care” e (21%), classificaram como muito difícil, assim como as internações hospitalares que chega a (20%).
Já os serviços considerados de mais fácil acesso são a distribuição de remédios gratuitos pela rede pública – 53% consideram fácil – e o atendimento em postos de saúde (47%).
Para os entrevistados que disseram ter utilizado algum serviço do SUS, 26% consideram a qualidade do atendimento como ruim ou péssimo; 44% avaliam como regular; e 30% considera a qualidade boa ou excelente.
Dados da pesquisa do Datafolha, levou o Ministério da Saúde a se manifestar através de divulgação em nota afirmando que o levantamento “reitera desafios importantes”, todavia “aponta avanços” do sistema público de saúde. Veja esclarecimento na íntegra.
A pesquisa Datafolha, divulgada nesta terça-feira (19/8) pelo Conselho Federal de Medicina, reitera desafios importantes para o sistema de saúde e aponta avanços como acesso superior a 84% na maioria dos tipos de serviços avaliados. Das pessoas que procuram os postos de saúde, 91,3% conseguiram atendimento, o que demonstra os bons resultados de estratégias como o Mais Médicos. Dos que utilizaram o SUS, 74% avaliam a qualidade do atendimento com notas superior a 5, sendo que um terço dos entrevistados deram notas entre 8 e 10. Lamentamos a interpretação tendenciosa e parcial dos dados e o esforço do CFM na tentativa de desconstrução do SUS.