OMS: doentes estão “à espera da morte” nos hospitais de Gaza

Com a guerra no Oriente Médio, os hospitais de Gaza continuam a lidar com número excessivo de feridos. O coordenador da Organização Mundial da Saúde (OMS) Sean Casey, enviado à região, descreveu, nessa quarta-feira (17), um cenário em que os pacientes estão “à espera de morrer” nos hospitais, praticamente inoperantes devido ao conflito.

De acordo com Casey, após cinco semanas no território palestino todos os dias haviam doentes hospitalizados, “com queimaduras graves ou fraturas expostas”, e que “esperavam horas ou dias” para serem tratados.

O coordenador disse ainda ter visto doentes no norte da Faixa de Gaza “à espera de morrer num hospital sem combustível, eletricidade ou água”.

“Muitas vezes pediam-me comida ou água, o que demonstra o nível de desespero”, acrescentou. Casey só conseguiu visitar seis dos 16 hospitais de Gaza que estão em funcionamento. Antes do reacender da guerra, eram 36 as unidades hospitalares em funcionamento. Os hospitais em Gaza contam neste momento com número de pessoal reduzido, uma vez que muitos dos profissionais da área de saúde abandonaram a região devido aos ataques israelenses.

“Tentamos todos os dias, durante sete dias, entregar combustível e mantimentos no norte da cidade de Gaza”, afirmou o representante da OMS, acrescentando que “todos os dias esses pedidos foram recusados”.

Entretanto, as forças israelenses que continuam a tentar tomar a principal cidade do sul da Faixa de Gaza bombardearam, nesta quinta-feira, as proximidades do maior hospital ainda em funcionamento no enclave, fazendo com que pacientes e habitantes fugissem em pânico, segundo a organização Médicos Sem Fronteiras.

Desde 7 de outubro, quando o Hamas iniciou um ataque em Israel que levou a uma operação militar israelense na Palestina, já morreram mais de 24 mil palestinos e grande parte da Faixa de Gaza ficou devastada.

 

Fonte/Foto: Reuters

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