EUA liberam salmão transgênico para consumo humano

EUA liberam salmão transgênico para consumo humano

O primeiro animal transgênico do mundo destinado a servir de alimento é o salmão, conforme matéria publicada no jornal espanhol El País. A Administração de Alimentos e Medicamentos dos EUA (FDA) aprovou a produção, venda e consumo de um salmão geneticamente modificado para crescer na metade do tempo, sem exigir que ele seja etiquetado como transgênico, já que é considerado “tão seguro e nutritivo como o salmão atlântico não modificado geneticamente” , não sendo diferente materialmente diferente.

O sinal verde para liberação do salmão transgênico foi emitido depois de mais de 25 anos de exames. Sua criadora foi a empresa de biotecnologia americana AquaBounty, que batizou seu peixe- um salmão atlântico que recebeu o DNA do salmão real, uma espécie de gigante do Oceano Pacífico- de AquAdvantage.

Graças a essa modificação, os peixes produzem mais hormônio de crescimento e podem alcançar em um ano e meio o tamanho típico dos três anos, que é o exigido pelo mercado. A empresa anunciou em 2010 a aprovação iminente de seu produto, o que ainda levou mais 5 anos em meio em meio a protestos de organizações antitransgênicas.

Os críticos do AquAdvantage temem os efeitos na natureza caso o peixe escape para o meio ambiente, mas a FDA afirma que as instalações nas quais o animal será criado – tanques em terra na ilha do Príncipe Eduardo (Canadá) e no Panamá – “dispõem de uma série de barreiras físicas múltiplas e repetidas para evitar que os ovos e os peixes escapem”.

Segundo o órgão americano, as instalações serão vigiadas com patrulhas com cachorros e rodeadas de arame farpado. Além disso, só serão produzidas fêmeas estéreis, segundo o órgão regulador, ainda que a técnica de esterilização não seja infalível.

Peixe tem precedente em Cuba

Em 2009, a FDA aprovou o primeiro produto biológico gerado por animais modificados geneticamente. É o anticoagulante ATryn, uma proteína produzida no leite de cabras transgênicas e destinada a tratar pacientes com deficiência congênita de antitrombina. Essa doença rara é caracterizada pela formação de coágulos no sangue e pode ser mortal. A Agência Europeia de Medicamentos autorizou o produto um ano depois.

O peixe transgênico aprovado para consumo humano nos EUA tem um precedente em Cuba. Em 1999, cientistas do Centro de Engenharia Genética e Biotecnologia de Havana anunciaram que não detectaram “nenhum efeito em pessoas sãs voluntárias após consumirem tilápias (um grupo de peixes de origem africana) transgênicas” criadas em seu laboratório.

Mas, o salmão não é o único animal pesquisado.  Em 2015, cientistas chineses anunciaram a criação de vacas leiteiras transgênicas, mais resistentes à tuberculose.

Link: http://www.fda.gov/ForConsumers/ConsumerUpdates/ucm472487.htm

Portal Saúde no Ar

A.V.

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