Especialistas criticam medida do MS que não recomenda vacinar adolescentes sem comorbidades

Especialistas criticam medida do MS que não recomenda vacinar adolescentes sem comorbidades

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a vacina da Pfizer para adolescentes entre 12 a 17 anos, e especialistas recomendem a vacinação, mas o o Ministério da Saúde, a pedido de Bolsonaro, passou a recomendar que os adolescentes dessa faixa etária, sem comorbidades, não devem fazer parte do grupo prioritário para a vacinação. Em Salvador e em outras capitais a vacinação desse público foi suspensa e outras cidades, resistem em não atender a recomendação do Ministério da Saúde.

“Na pediatria, os adolescentes são o grupo com maior incidência de comorbidades, então são mais acometidos pela covid-19”, diz Isabella Ballalai, vice-presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações. A médica afirma que as mortes por covid-19 entre os menores de 18 anos se concentram, principalmente, em adolescentes e bebês com menos de um ano.

Desde o início da pandemia, 7.063 adolescentes foram internados com covid-19 no Brasil. Destes, 60% ( 4.283) eram jovens saudáveis, sem nenhum fator de risco para a doença. O número de óbitos entre pessoas de 12 a 17 anos já chega a 657 e especialistas ressaltam que os sobreviventes ainda precisam se recuperar das sequelas.

Além disso, um em cada três jovens mortos pela doença não tinha nenhum fator de risco, como diabete, obesidade ou síndrome de Down, entre outros.

Em coletiva de imprensa na tarde de quinta-feira, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, citou o Reino Unido como exemplo de país que teria desistido de vacinar os adolescentes sem comorbidades. Mas no site do sistema nacional de saúde britânico (NHS) informa que pessoas de 16 e 17 anos sem fatores de risco já podem tomar a vacina.

Nesta sexta-feira, 17, a Associação Brasileira de Alergia e Imunologia manifestou sua discordância sobre a decisão do ministério. No dia anterior, os conselhos dos secretários estaduais e municipais de Saúde também criticaram a medida e a forma como o governo federal encaminhou a mudança.

JR

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