Diabetes pode contribuir para infertilidade masculina

Diabetes pode contribuir para infertilidade masculina

A diabetes pode colaborar para a infertilidade masculina, aponta um estudo desenvolvido por investigadores do Centro de Neurociências e Biologia Celular – CNC, de Coimbra. De acordo com uma nota da Universidade de Coimbra, publicada nesta quarta-feira (29), os níveis elevados de açúcar – no sangue – não têm efeito direto nos espermatozoides, mas poderão comprometer a produção de esperma, contribuindo assim para a infertilidade masculina.

Segundo a especialista que lidera o estudo, Sandra Amaral, o elevado nível de açúcar no sangue – a hiperglicemia – desempenha um papel importante, mas não decisivo, na disfunção do espermatozoide maduro. “Neste sentido, temos conduzido mais investigação, que irá ser publicada brevemente, que sugere que a hiperglicemia influencia mais o processo da formação dos espermatozoides (a espermatogénese), do que os espermatozoides em si”, acrescenta a investigadora do grupo de Biologia da Reprodução e Células Estaminais do CNC.

Sandra Amaral também salienta que este trabalho constitui um passo importante no esclarecimento dos mecanismos de ação da diabetes no sistema reprodutor masculino, permitindo delinear novas abordagens para estudos futuros.

Realizada num sistema “in vitro” a pesquisa que revela que diabetes pode colaborar para a infertilidade masculina, possibilitou a controlar e identificar todas as condições às quais os espermatozoides são expostos. O estudo inovador pode avaliar vários parâmetros de funcionalidade espermática, que não são usualmente avaliados, todavia fornecem informação muito mais detalhada sobre esta célula tão particular.

O número de casos de diabetes vem crescendo constantemente em todo o mundo, e isso é notório nas últimas décadas. Atualmente, ultrapassa já um milhão de casos em Portugal – um número preocupante para uma população com a dimensão da portuguesa.

A doença é uma das principais causas de morte nos países desenvolvidos e “tem efeitos prejudiciais em quase todos os sistemas de órgãos”, não sendo o sistema reprodutivo uma exceção.

Conforme explicação Sandra Amaral, apesar de a diabetes ser uma doença multifatorial, existem várias indicações de que a hiperglicemia será o principal promotor das alterações promovidas pela doença.

Mas “não excluímos a possibilidade do envolvimento de outros fatores, como o stress oxidativo ou processos inflamatórios que, conjuntamente com a hiperglicemia, poderão ter efeitos igualmente nefastos nos espermatozoides”, observa a investigadora.

A pesquisa foi financiada pela Fundação para a Ciência e Tecnologia – FCT, e publicada na revista `Reproduction` –  desenvolvido ao longo de vários anos, em colaboração com o serviço de Reprodução Humana do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra.

Integram o trabalho de investigação do estudo, além de Sandra Amaral, Renata Tavares e  Joana Portela, Paula Mota e João Ramalho-Santos – presidente do CNC.

Fonte: RTP Notícias

L.O.

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