Conheça mitos e verdades sobre libido
Especialistas explicam fatores científicos que influenciam o desejo sexual e desmistificam crenças populares sobre o tema
A libido é um dos temas cercados por mitos na sociedade, tabu que dificulta, muitas vezes, abordar o assunto com a seriedade que exige. Afinal, o desejo sexual funciona como um termômetro da saúde física e emocional, sendo influenciado por fatores que vão muito além das questões hormonais.
Em entrevista à imprensa, a nutricionista Bárbara Coelho explica que o funcionamento adequado da libido depende da produção equilibrada de hormônios e neurotransmissores, processo relacionado aos nutrientes absorvidos pelo organismo. Para se ter ideia, entre os benefícios da vitamina B12 está o suporte a esses mecanismos considerados essenciais para a saúde sexual.
Compreender o que é mito e o que é verdade quando se fala em libido, é o primeiro passo para poder avaliar como está a saúde do corpo e da mente e se há a necessidade de buscar ajuda médica.
Libido depende apenas de hormônios sexuais
Mito. Uma das crenças mais difundidas sugere que a testosterona e o estrogênio são os únicos responsáveis pelo desejo sexual. No entanto, diferentes pesquisas científicas revelam um cenário bem mais complexo.
Esses estudos mostram que é necessário adotar uma perspectiva interdisciplinar para compreender as variações da libido, já que múltiplos fatores influenciam o desejo sexual. Além da testosterona e do estrogênio, outros reguladores incluem dopamina, serotonina, cortisol e óxido nítrico.
Em entrevista à imprensa, o médico nutrólogo Ronan Araújo destaca que estresse, alimentação, qualidade do sono, níveis hormonais e até exposição excessiva às telas podem impactar o desejo sexual.
Doenças crônicas afetam a libido
Verdade. Condições médicas, como hipotireoidismo e diabetes, exercem impacto direto sobre o desejo sexual.
O hipotireoidismo, caracterizado pela baixa produção de hormônio da tireoide, pode causar redução da lubrificação vaginal em mulheres, resultando em desconforto durante o ato sexual e consequente diminuição do interesse.
O diabetes descontrolado também compromete a função sexual. Nos homens, a condição pode levar à disfunção erétil, enquanto nas mulheres interfere na resposta sexual adequada.
Alimentos afrodisíacos são a solução para baixa libido
Mito. Embora alguns alimentos apresentem propriedades benéficas para a saúde sexual, a nutricionista Bárbara Coelho alerta que focar exclusivamente nesse tipo de alimentação pode não ser a melhor abordagem.
Para além desses alimentos, há nutrientes que são considerados essenciais para uma boa saúde sexual. É o caso de vitaminas do complexo B, como B6 e B12, que atuam na produção de hormônios e neurotransmissores que influenciam o desejo sexual; antioxidantes, como vitamina C e E, que protegem as células e promovem boa circulação sanguínea; ômega 3 e zinco, que ajudam na saúde vascular e hormonal.
Suplementos são sempre necessários para melhorar a libido
Mito. Embora alguns suplementos possam auxiliar na melhoria do desejo sexual, a primeira orientação é mudar o estilo de vida, como a inclusão de uma rotina de atividades físicas.
Exercícios físicos regulares aumentam a circulação sanguínea, melhoram os níveis hormonais e reduzem o estresse. Apenas 30 minutos diários de atividade podem elevar os níveis de testosterona e estimular o desejo. Já o sono adequado pode funcionar como um afrodisíaco natural, regulando hormônios e melhorando a resposta sexual
Por outro lado, a indicação sobre dosagem da Maca peruana, assim como outros suplementos que possam auxiliar no desejo sexual, deve ser sempre orientada por profissionais, considerando as particularidades de cada indivíduo.
Estilo de vida moderno ‘sabota’ o desejo sexual
Verdade. O padrão de vida contemporâneo apresenta múltiplos fatores que comprometem a libido. O excesso de estresse e trabalho eleva os níveis de cortisol, bloqueando a produção de testosterona e esgotando a dopamina. A falta de sono de qualidade também representa um problema, pois durante o sono profundo o organismo regula hormônios essenciais para o desejo sexual.
O sedentarismo diminui a circulação sanguínea, reduzindo a capacidade de resposta sexual, enquanto o uso excessivo de tecnologia diminui a produção de dopamina e altera a percepção do prazer real. A alimentação baseada em produtos ultraprocessados inflama o organismo, altera a produção hormonal e compromete a função vascular.
Fatores psicológicos exercem influência sobre a libido
Verdade. Problemas emocionais, como depressão e ansiedade, exercem influência sobre a libido. A depressão reduz o interesse em todas as atividades, incluindo o sexo, enquanto a ansiedade pode criar bloqueios que impedem a resposta sexual adequada.
Nos homens, frequentemente, a raiz da perda de vontade de fazer sexo está relacionada a outras disfunções sexuais, como ejaculação precoce ou atrasada. Questões de relacionamento também impactam diretamente o desejo, especialmente considerando que o sexo não se resume à penetração, mas envolve toda a dinâmica do casal.
Desconforto com nudez, traumas sexuais, uso de medicamentos e dificuldades de comunicação sobre preferências sexuais também merecem atenção, pois impactam no desejo sexual.









