A forma correta de aplicação da insulina será o tema destaque no próximo dia 12 (terça-feira) na Caravana Temática do Novembro Azul, no Centro de Diabetes e Endocrinologia da Bahia (Cedeba). No evento, uma apresentação será feita pelas enfermeiras Anna Cláudia Perrotta (líder em educação do Cedeba) e Nathalie Sales da Silva, das 8h30 às 11 horas.
Na aula, as enfermeiras contarão com o apoio de Vinicius, nome escolhido para um modelo que serve como referência para as demonstrações práticas sobre a correta aplicação da insulina. Apelidado carinhosamente de Vini, ele usa até crachá da instituição e tem lugar de destaque na sala de Educação do Centro de Referência.
Anna Perrotta explica que “é muito importante a aplicação correta da insulina. Ela é subcutânea, para evitar problemas como lipohipertrofia [a camada de gordura sob a pele forma saliências] e também para garantir os efeitos positivos do medicamento. A equipe de educação utiliza Vini para mostrar as áreas de aplicação da insulina: braços, coxas, abdômen e nádegas. Mas é preciso fazer o rodízio por área de aplicação. Os usuários do Cedeba também aprendem o ângulo da aplicação que varia conforme o tipo de agulha”.
A enfermeira acrescenta que a partir do diagnóstico de Diabetes Mellitus tipo 1 (DM1), o paciente terá que usar insulina para sempre, enquanto no tipo 2, que representa 90% do total de casos de diabetes, a insulina é utilizada quando o uso de hipoglicemiantes orais já não mantêm a glicemia sob controle. “Em alguns casos, quando o diagnóstico do diabetes tipo 2 é feito tardiamente e, geralmente em emergência [já com manifestação de complicação da doença], o usuário já começa o tratamento com o uso de insulina”, explica Perrota.
A líder em educação do Cedeba também chama a atenção que, além de aplicar a insulina nas áreas corretas, é preciso ter cuidados no transporte, armazenamento e higiene das mãos na hora da aplicação. “Mas isso não basta, é preciso seguir o plano alimentar, com refeições nas quantidades certas e respeitando o horário, além de manter a prática de exercícios físicos regulares”, observa a enfermeira.
Segundo a coordenadora de Educação em Diabetes e Apoio à Rede (Codar), enfermeira Graça Velanes, “se a pessoa com diabetes seguir o plano alimentar e observar a correta aplicação da insulina, terá menos necessidade de fazer glicemia capilar [ponta de dedo], porque o controle da glicemia será mais efetivo. Quando não há esse controle, o risco de hipoglicemia aumenta. Mesmo com os avanços, onde se destacam os análogos da insulina, a mudança no estilo de vida é fundamental para o controle glicêmico”.
Nutrição e enfermagem
A grande dificuldade encontrada por profissionais da área, segundo Anna Perrota, é desconstruir as informações que as pessoas com diabetes tipo 2 trazem quando chegam ao Cedeba. Mesmo já estando em tratamento na Atenção Primária, os pacientes carregam consigo mitos e tabus sobre alimentos e a doença. Por isso, ela destaca que é muito importante o trabalho integrado da Enfermagem e Nutrição.
A coordenadora do Cedeba de Apoio à Rede, Júlia Coutinho, destaca o papel da educação como o primeiro passo para o autocuidado com o diabetes. Por isso, explica, “mobilizamos a atenção primária na capital e interior, incentivando atividades educativas que ganham reforço especial no mês de novembro”.











