5 tecnologias que estão revolucionando o saneamento no Brasil

5 tecnologias que estão revolucionando o saneamento no Brasil

Água tratada, esgoto tratado e lixo coletado e tratado são fundamentais para evitar a disseminação de doenças.
O relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre o desenvolvimento mundial da água que foi divulgado na 40ª Sessão do Conselho de Direitos Humanos da ONU afirma que no mundo existem dois bilhões de pessoas sem saneamento básico.
O Plenário do  Senado aprovou na manhã desta quinta-feira (6) um novo conjunto de regras para o saneamento básico no Brasil.
A proposta, aprovada em votação simbólica, abre caminho para a exploração privada dos serviços de saneamento

Segundo o diretor de tecnologia da BRK, Giancarlo Ronconi, a utilização de membranas para a filtração no tratamento da água é uma forte tendência, pois várias empresas já estão produzindo esse material com boa qualidade por um preço acessível.

Ademais, Ronconi destaca a urgente necessidade de substituir os tratamentos convencionais de esgoto no Brasil por processos que ocupem menos espaço, gastem menos energia e sejam mais automatizados. Nesse contexto, tecnologias alternativas, como a Nereda, surgem como grandes promessas.

Cinco tecnologias que estão sendo aplicadas no Brasil com o objetivo de aperfeiçoar diferentes etapas do saneamento básico.

1. Processos com biomassa aeróbica granular

O processo de biomassa aeróbica granular foi desenvolvido na Holanda, pela Universidade de Tecnologia de Delft. A tecnologia foi patenteada pela empresa Royal HaskoningDHV e recebeu o nome de Nereda.

Nessa metodologia revolucionária, em vez da biomassa encarregada pelo tratamento do esgoto se estruturar em flocos (como em processos convencionais), na tecnologia Nereda ela se organiza em grânulos, cuja velocidade de sedimentação é significativamente superior, sem necessidade de adição de produtos químicos e dispensando a instalação de unidades de decantação.

A seleção de bactérias capazes de formar grânulos favorece a remoção não só da matéria orgânica (tratamento secundário), mas também do fósforo e do nitrogênio das águas residuais (tratamento terciário). Dessa forma, a Nereda promove um tratamento de esgoto eficiente e colabora com a preservação dos recursos hídricos.

BRK Ambiental foi a responsável por trazer essa tecnologia para o país. Já existem duas plantas de tratamento Nereda em atividade, outra está em processo de construção e a empresa tem outras 3 estações com projetos iniciados. Giancarlo Ronconi, Diretor de Tecnologia da BRK, ressalta que a economia de espaço, de energia, de produtos químicos e de equipamentos são algumas das grandes vantagens do processo de biomassa granular.

2. Sistema MBBR (Moving Bed Bio-Reactor)

O sistema MBBR consiste na utilização, dentro dos reatores biológicos, de pequenas peças de plástico, chamadas biomídias. Essas estruturas se caracterizam pela formação de um biofilme concentrado em seu interior, o que permite, em um mesmo volume de reação que sistemas convencionais, uma maior população de microorganismos responsáveis pelo tratamento.

Esse tipo de tecnologia, assim como a Nereda, otimiza o tratamento do esgoto quando há pouca disponibilidade de espaço.

3. Membranas filtrantes de água

A etapa de filtração tem sido objeto de estudo de diversas pesquisas importantes. Antigamente, era comum que essa fase do tratamento de água fosse realizada com grandes filtros de areia. Hoje, observa-se um movimento para a operação com membranas.

Apesar de ainda apresentar um alto custo de implantação, esse tipo de tecnologia reduz de maneira considerável a área ocupada pelas Estações de Tratamento de Água (ETAs).

4. Medidores online de qualidade de água

Os aparelhos de medição da qualidade da água são um avanço tecnológico que ajudam, e muito, a aperfeiçoar o saneamento básico.

Por meio de dispositivos que apresentam sensores online ligados a um display, é possível obter informações valiosas sobre a água, entre elas: temperatura, concentração de sais, cor, turbidez, pH, cloro residual, entre outras.

O acesso a esses dados possibilita um controle mais rígido das etapas de tratamento de água e esgoto. Dessa forma, possíveis intervenções podem ser realizadas para que os resultados sejam cada vez mais satisfatórios.

5. Programas de redução de perdas de água tratada

Um grande problema enfrentado no Brasil é o desperdício de água devido à ineficiência da rede de distribuição, que apresenta vazamentos e falta de manutenção. Como as tubulações estão debaixo da terra, é enorme a dificuldade para encontrar os locais exatos de perda d’água.

Por isso, a detecção desse tipo de problema tem sido feita com equipamentos bastante tecnológicos, que utilizam sensores de pressão, sistemas acústicos e até imagens via satélite.

Além disso, a análise dos algoritmos gerados pelos aparelhos de monitoramento permite encontrar as anormalidades da rede e realizar os devidos reparos para reduzir o desperdício.

 

Fonte: Surgiu.

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