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STF redefine responsabilidade das plataformas digitais no Marco Civil da Internet

Redação | Saúde no Ar
26 de junho de 2025

 

Hoje, o Supremo Tribunal Federal (STF) encerrou o julgamento sobre o Marco Civil da Internet, alterando a forma como redes sociais e plataformas digitais são responsabilizadas por conteúdos nocivos. A decisão de 8 a 3 declara parcialmente inconstitucional o artigo 19, com implicações significativas para usuários, empresas e a democracia.

 

🔍 Principais pontos da decisão

  1. Fim da exigência de ordem judicial prévia para remoção de conteúdo ilícito
    • Antes, o artigo 19 exigia decisão judicial para responsabilizar plataformas por posts de usuários. Agora, plataformas podem ser responsabilizadas mesmo sem ordem judicial para casos futuros
  2. Conteúdos que devem ser removidos de forma proativa (ou após notificação extrajudicial):
    • Discurso antidemocrático, terrorismo, discriminação, violência contra mulheres, pedofilia, tráfico de pessoas, indução ao suicídio
  3. Exceções para crimes contra a honra
    • Calúnia, difamação e injúria ainda precisam de ordem judicial, embora a Corte permita notificação extrajudicial como alternativa
  4. Responsabilização por contas falsas e impulsionamento pago
    • Plataformas serão responsabilizadas automaticamente por posts que se espalham via bots ou anúncios pagos
  5. Modulação temporal
    • A decisão vale apenas para casos futuros, preservando ações já julgadas

 

📊 Exemplos reais e desfechos sociais

  • Bloqueio de mensagens antidemocráticas
    Plataformas agora devem agir preventivamente em casos como conteúdos que incitam golpes, mesmo sem ações judiciais — reduzindo potencial de radicalização
  • Mensagens de ódio e indução ao suicídio
    Com urgência na remoção, vítimas de assédio nas redes terão ferramentas mais eficazes e rápidas de proteção, evitando consequências graves na saúde mental
  • Desafios ao Congresso
    O STF recomendou que o Congresso legisle rapidamente, definindo limites e critérios claros — evitando que o dever de cuidar digital recaia exclusivamente sobre empresas

 

🌐 Impactos para a sociedade

  • Fortalecimento da democracia digital
    Com o dever de cuidado, plataformas têm papel ativo na preservação de direitos fundamentais.
  • Equilíbrio entre liberdade e segurança
    A nova interpretação busca proteger cidadãos sem abrir brechas para censura injustificada.
  • Pressão por reformas legislativas
    O Congresso precisa agir para formular regras claras sobre moderação, transparência e due process.

 

  • Palavras-chave: Responsabilidade Digital, Dever de Cuidado, Liberdade de Expressão, Proteção de Direitos Fundamentais, STF Marco Civil.

A decisão do STF representa um marco: responsabilizar as empresas por conteúdos graves sem exigência judicial prévia é um passo significativo na garantia de segurança digital e defesa da democracia. Mas, para evitar arbitrariedades, é essencial que o Congresso legisle complementarmente — criando um ambiente online mais justo, transparente e humano.

A sociedade agora precisa acompanhar de perto a implementação — nas plataformas — das novas regras, e cobrar um parlamento ágil e responsável para consolidar a responsabilidade digital como um direito de todos.

 

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