PCC pode ser considerado uma máfia e está enraizada no Estado, comércio e serviços

“Quando elas (as máfias) grudam no Estado, elas vão influenciar licitações, toda atividade administrativa do Estado”,

A avaliação é do jurista, professor, escritor e ex-desembargador do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP) Wálter Fanganiello Maierovitch, em entrevista ao Estadão.

Estudioso sobre as organizações italianas Cosa Nostra, Camorra e n’Drangheta, Maierovitch avalia que o PCC já pode ser classificado como máfia pela atuação ligada a outros grupos internacionais.

“O crime transnacional atua em rede. O PCC está plugado em uma rede transnacional. Ele tem controle de território, controle social, difunde o medo e está ligado a uma rede transnacional. E quem tem controle social, controle de território, difunde o medo, pode ter controle eleitoral. Daí a ligação política e máfia, máfia e política”, disse.

“O dinheiro da droga, da arma, ou da contrafação, é reciclado em atividades formalmente lícitas. E aí o Brasil descobre o que todos escrevem. Olha, as máfias são parasitárias. Elas grudam no Estado. Elas sugam o Estado. Elas corrompem o Estado e seus agentes. Quando elas grudam no Estado, elas vão influenciar licitações, toda atividade administrativa do Estado. Agora, o Brasil descobriu, por São Paulo, ainda bem, diga-se, e às vezes por atuação heróica de promotores, porque o Lincoln (Gakiya) é um herói, porque fica sozinho, tem tantos anos de dedicação, mas é uma atuação heróica. Está fora de todo um grande apoio, porque agora descobriram que o PCC é parasitário. Toda organização mafiosa é parasitária”

“Uma organização criminosa quebra qualquer estabelecimento, um comércio regular ou uma indústria regular, porque ela não paga imposto. Ela quebra, porque o preço dela é sempre mais baixo. Hoje, em tudo quanto é canto, por exemplo, você vai comer uma pizza numa pizzaria e fala com o dono, como é que é está o negócio? Ah, tem umas outras pizzarias aí que o PCC está tomando conta. Virou…

Por Heitor Mazzoco/ Estadão.

Leia a entrevista completa no Estadão.

 

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