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Cúpula da Amazônia: Poucos avanços em defesa da Floresta

A Cúpula da Amazônia, ocorrida em Belém, teve dois dias de negociações e reuniu 05 dos 08 países que fazem parte da Amazônia para discutir ações em defesa do Meio Ambiente e preservação da Floresta Amazônica;

No primeiro dia da abertura da Cúpula, ocorrido ontem,08/08, Lula disse que ‘nunca foi tão urgente’ ampliar cooperação na região. Uma das principais pautas do encontro é o desmatamento zero até 2030 para evitar o ponto de não retorno que poderia transformar a floresta tropical em uma savana, o que contribuiria para a aceleração do aquecimento global.

O presidente da Colômbia subiu o tom e cobrou vizinhos por fim da exploração de petróleo na Amazônia. O governo brasileiro está dividido sobre a possível perfuração de poços na Foz do Amazonas. Em maio, Ibama negou pedido da Petrobras,mas o presidente interfere politicamente para que ocorra os testes para saber se existe petróleo com quantidade suficiente para exploração na Amazônia.

O encontro reúniu os oito países amazônicos, mas apenas cinco chefes de Estado estão no evento. O presidente Nicolás Maduro, da Venezuela, cancelou a participação, citando uma infecção nos ouvidos. Além dele, já haviam anunciado que não participariam da cúpula os presidentes do Equador e do Suriname.

O texto final da conferência trouxe avanços sobre pontos considerados fundamentais para especialistas e entidades que acompanham o tema:

deixa de assumir metas comuns de desmatamento;
não estabelece medidas concretas para evitar o ponto de não retorno da Amazônia, a partir do qual cientistas estimam que a floresta não se sustentaria sozinha;
não veta a exploração de petróleo na região.
O documento não traz uma meta conjunta de redução do desmatamento do bioma.

Os 08 países decidiram:

Cobrar dos países desenvolvidos o pagamento de recursos para mitigar o impacto da mudança do clima;

Criar diversas instâncias de fiscalização comum dentro da perspectiva de fortalecer a Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA);
Os países também concordaram em proteger os territórios indígenas e o respeito aos direitos humanos nas mais diversas formas na região, temas presentes nas propostas da sociedade civil.

Houve o compromisso de formar uma aliança regional para fomentar a colaboração internacional e impulsionar o alcance das metas individuais de cada nação.

Os compromissos  assumidos não possuem prazo para concretização e na prática ocorreu poucos avanços para proteger a floresta. Apenas boas intenções.

Jorge Roriz

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