A Justiça de Pernambuco determinou, nesta segunda-feira, 23, a prisão de Gusttavo Lima, um dos mais famosos cantores sertanejos do País, por suspeita de envolvimento em lavagem de dinheiro oriundo de jogos ilegais. A defesa disse que entraria ainda nessa segunda com habeas corpus contra a prisão preventiva.
Lima era garoto-propaganda de outra plataforma de apostas, a Vai de Bet. A suspeita da polícia é de que a Balada Eventos, empresa de Lima, também fazia um esquema de lavagem de dinheiro de jogos ilegais. A investigação cita duas transferências de dinheiro em abril (R$ 4,819 milhões) e maio do ano passado (R$4,947 milhões).
Ele também é acusado de ocultar a propriedade de um avião, ao vender uma aeronave para José André da Rocha Neto, dono da Vai de Bet, que está foragido (leia mais abaixo). A defesa do site de apostas nega irregularidades. Segundo a polícia, foram depósitos entre fevereiro e julho deste ano, em seis diferentes datas, no valor total de R$ 22,232 milhões.
Foi determinado o sequestro cautelar de bens do cantor, a apreensão do passaporte.
O mandado de prisão preventiva foi expedido pela juíza Andrea Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife.
Na decisão, a juíza disse que o jogo do bicho, assim como outros jogos de azar, exerce “um impacto devastador sobre as famílias e indícios que apontam para a prática de delitos pelos investigados, assim como as pessoas jurídicas envolvidas na suposta organização criminosa”.
A juíza também escreveu na decisão que o cantor Gusttavo Lima deu guarida a foragidos, demonstrando uma alarmante falta de consideração pela Justiça. A magistrada cita a proximidade do cantor com os foragidos José André da Rocha Neto e Asilia Sabrina Truta Rocha.
No dia 7 de setembro deste ano, o avião do cantor retornou ao Brasil, após fazer escalas em Kavala, Atenas e Ilhas Canárias, pousando no dia seguinte no aeroporto de Goiânia. “Curiosamente, José André e Asilia não estavam a bordo, o que indica de maneira contundente que optaram em permanecer na Europa para evitar a Justiça”, escreveu a juíza.
Em nota, a defesa do cantor Gusttavo Lima disse que soube do pedido de prisão pela mídia e que “é uma decisão totalmente contrária aos fatos já esclarecidos pela defesa do cantor e que não serão medidos esforços para combater juridicamente uma decisão injusta e sem fundamentos legais.”
O cantor está nos EUA e seu nome está na lista da Interpol. Se ele não volta ao país é considerado foragido.