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Aumento significativo nos atendimentos por transtornos de ansiedade no SUS entre crianças e adolescentes nos últimos anos

De acordo com dados do Ministério da Saúde, houve um aumento significativo nos atendimentos por transtornos de ansiedade no Sistema Único de Saúde (SUS) entre crianças e adolescentes nos últimos anos. Na faixa etária de 10 a 14 anos, os atendimentos passaram de 1.850 em 2014 para 24.300 em 2024, representando um crescimento de quase 2.500%. Entre os adolescentes de 15 a 19 anos, o aumento foi ainda mais expressivo, saltando de 1.534 para 53.514 atendimentos no mesmo período, um incremento de mais de 3.300%.

Especialistas apontam que fatores como o uso excessivo de telas, pressões escolares e o impacto da pandemia na socialização podem estar contribuindo para o agravamento da saúde mental entre os mais jovens. Diante desse cenário, cresce a demanda por políticas públicas voltadas à prevenção e ao tratamento dos transtornos psicológicos na infância e adolescência.

Além disso, dados da Rede de Atenção Psicossocial (Raps), vinculada ao SUS, indicam que, em 2023, a taxa de jovens de 10 a 14 anos atendidos por transtornos de ansiedade atingiu 125,8 a cada 100 mil atendimentos, superando a taxa de 112 a cada 100 mil observada em adultos acima de 20 anos.

Diversos estudos científicos têm investigado a relação entre o uso excessivo de telas e o aumento da ansiedade em crianças e adolescentes. Uma revisão integrativa publicada na Revista Scientific Society concluiu que o uso excessivo de telas pode acarretar impactos adversos na saúde mental, incluindo distúrbios do sono, depressão e ansiedade.

Uma pesquisa conduzida pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) identificou que o uso excessivo de telas está relacionado a uma piora da saúde mental em diferentes faixas etárias, constatando sintomas de estresse, depressão e ansiedade entre os usuários.

Esses achados ressaltam a importância de uma atenção especial à saúde mental de crianças e adolescentes, bem como a necessidade de estratégias eficazes para enfrentar esse desafio crescente. Monitorar e regular o tempo de exposição de crianças e adolescentes às telas, promovendo um equilíbrio saudável entre atividades digitais e interações no mundo real para preservar a saúde mental dessa população, pode ser uma solução importante.

 

 

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